Hematologista explica relação entre as baixas temperaturas e a anemia hemolítica autoimune

Postado em 02 agosto 2022 10:09 por JEAcontece
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Desenvolvimento da doença pode ter influência de fatores externos, como a temperatura, esclarece especialista

Após dias atípicos de calor em pleno inverno, o frio retorna ao Rio Grande do Sul nesta última semana do mês de julho.

Em virtude do retorno das baixas temperaturas, um assunto de extrema relevância na área da hematologia ganha espaço: a anemia hemolítica autoimune (AHAI).

O desenvolvimento da doença pode ter influência de fatores externos, como as baixas temperaturas, por exemplo.

De acordo com o médico hematologista, Dr. William Scheffer Chaves, a anemia hemolítica autoimune se caracteriza como uma doença em que os próprios anticorpos do organismo, conhecidos como “autoanticorpos”, passam a atacar e destruir os glóbulos vermelhos.

“Este comportamento dos autoanticorpos em relação aos glóbulos vermelhos pode ser identificado de três formas diferentes, às quais chamamos de anemia hemolítica quente, fria ou mista. Na anemia hemolítica quente, os autoanticorpos costumam reagir mais fortemente à temperatura corporal de 37°C, considerada a temperatura “padrão” do corpo. Já na anemia hemolítica fria, a destruição dos glóbulos vermelhos acontece em temperaturas entre 4ºC e 18ºC, aqui, potencializada pelos meses de inverno, por exemplo. E na anemia hemolítica mista os dois tipos de autoanticorpos, quente e frio, coexistem”, relata.

 Chaves complementa que as causas da anemia hemolítica autoimune nem sempre são identificadas, mas estudos sugerem que ela pode ser secundária à presença de outras doenças autoimunes.

“Neste rol de doenças pré-existentes em pacientes que desenvolvem a anemia hemolítica podemos citar o câncer – linfomas e leucemias, lúpus, artrite reumatoide ou até mesmo à reação a medicamentos e antibióticos. Além disso, a anemia hemolítica também pode surgir após infecções, como as provocadas por vírus ou bactérias”, detalha o médico hematologista.

 

Atenção aos sinais e sintomas

O médico hematologista, Dr. William Scheffer Chaves, atenta que a gravidade da doença varia de pessoa para pessoa e dos tipos de anemia hemolítica autoimune, contudo, a anemia hemolítica autoimune por anticorpos, desencadeada pela ação das células de defesa do nosso próprio organismo, tende a ser mais grave e a responder menos aos tratamentos disponíveis.

Sobre os sinais e sintomas para o diagnóstico da doença, Chaves lista dificuldade de respirar, palpitações, fadiga, dor de cabeça, palidez, icterícia (amarelão), cansaço e sonolência, como os principais.

“Normalmente os sintomas são agudos, desde o início da doença no organismo até as primeiras manifestações podem se passar apenas alguns dias”, reforça o especialista.

 

Tratamento da anemia hemolítica

A atuação do médico hematologista no tratamento da anemia hemolítica consiste em reduzir o grau de destruição dos glóbulos vermelhos, gerando elevação dos níveis de hemoglobina e melhora dos sintomas da anemia hemolítica.

Conforme o especialista, nos casos de anemia hemolítica quente são utilizados glicocorticóides, esplenectomia ou imunossupressores.

Em diagnósticos de anemia hemolítica fria, o tratamento é feito basicamente com proteção contra o frio. O paciente é orientado, inclusive, a se manter aquecido mesmo durante o verão.

A proteção das extremidades do corpo, como cabeça, pés e mãos, é altamente recomendada. Também podem ser usados os mesmos tratamentos da hemolítica quente, porém a resposta ao tratamento é menor.

Diário da Manhã

Postado em 02 agosto 2022 10:09 por JEAcontece
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