Grandespe – Trigo: A importância do custo de produção na definição da rentabilidade

Postado em 24 maio 2013 07:24 por JEAcontece
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Com a proximidade da época de implantação de mais um cultivo de inverno, o momento atual torna-se bastante oportuno para uma breve discussão sobre a importância dos custos de produção na definição da rentabilidade econômica das culturas. Especialmente no caso do trigo, a análise e o “manejo” dos custos de produção são de fundamental importância para garantir resultados positivos, já que as margens de lucro para esta cultura geralmente são mais estreitas em virtude do alto investimento que é realizado e dos preços nem sempre satisfatórios praticados no mercado de grãos.

De acordo com estimativas realizadas para esta safra, considerando despesas com sementes, fertilizantes, defensivos, remuneração da mão-de-obra e serviços e mecanização (semeadura, pulverizações, distribuições de nitrogênio em cobertura, colheita e transporte), o custo médio de produção de trigo para uma lavoura de alto investimento situa-se entre R$ 1.000,00 a R$ 1.300,00/ha. Como alto investimento entende-se que sejam utilizadas doses de fertilizantes na semeadura e ureia em cobertura visando rendimentos acima de 3900 Kg/ha, três a quatro aplicações de fungicida e controle de plantas daninhas, entre elas o azevém, em pré-semeadura (dessecação) e pós-emergência com produtos recomendados. É importante ressaltar que este custo pode variar para mais ou para menos de acordo com os preços de aquisição de insumos para a lavoura e custos com serviços mecanizados.

Entre os diversos componentes do custo destacam-se os fertilizantes, incluindo adubo na semeadura e ureia em cobertura, os quais representam cerca de 40% do custo total. Por sua vez, o investimento em sementes tratadas com fungicida e inseticida, com qualidade garantida, equivale a 15% do total. As despesas com o controle de doenças através do uso de fungicidas somam 10% do custo total. Já o controle de plantas daninhas com herbicidas e de pragas com inseticidas são responsáveis por 7% e 3%, respectivamente. Somando-se os percentuais, pode-se concluir que o custo dos insumos para a lavoura representa 75% do custo total. O restante, cerca de 25%, engloba o custo dos serviços de semeadura, pulverizações, distribuição de ureia em cobertura, colheita, transporte e mão –de-obra.

Um fato interessante refere-se ao custo de controle de plantas daninhas, que chegou a dobrar nos últimos anos devido à ocorrência de azevém resistente ao glifosato de modo generalizado. Ou seja, onde antes o azevém era facilmente controlado com uma dessecação realizada com glifosato, com o estabelecimento da resistência a este princípio ativo, fez-se necessária a utilização de um graminicida e, muitas vezes, de um herbicida de contato em pré-semeadura, produtos de maior custo com relação ao glifosato. Além disso, com o aumento da ocorrência de azevém, o controle em pós-emergência do trigo tornou-se praticamente obrigatório.

Sendo assim, é interessante que o produtor, juntamente com o seu assistente técnico, analise o seu custo de produção e identifique pontos que podem ser melhorados visando à obtenção de maior rentabilidade. Nesse sentido, é primordial adquirir os insumos e comercializar a produção no momento correto, aproveitando as oportunidades de mercado. É válido ressaltar que o produtor tem pouco ou nenhum domínio sobre o preço dos produtos, porém tem total influência sobre os custos de produção. Ou seja, uma das poucas formas de se aumentar a margem de lucro é manejar racionalmente os custos, sendo essa recomendação válida para todas as culturas, incluindo trigo, soja, milho, e inclusive para as demais atividades econômicas.

Gustavo Augusto Stärlick
Engenheiro Agrônomo

Postado em 24 maio 2013 07:24 por JEAcontece
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