Um levantamento dos gastos da Presidência da República com cartões corporativo classificados como sigilosos durante o governo Lula inclui compra de produtos de limpeza, sementes, material de caça e pesca e até de comida de animais domésticos. As despesas do Executivo federal, consideradas secretas por se tratarem de “informações estratégicas para a segurança da sociedade e do Estado”, somaram R$ 44,5 milhões entre 2003 e 2010. A maior fatia no período – R$ 31,6 milhões – foi destinada a gastos com hotéis e locação de carros. Os dados foram fornecidos pelo Palácio do Planalto ao jornal O Estado de S. Paulo.
Ao todo, a lista conta com 106 itens, incluindo também comissões e corretagem, despesas com excesso de bagagem, serviços médicos, taxas de estacionamento, pedágio, material esportivo e produtos médicos. Os gastos foram feitos por servidores do Gabinete de Segurança Institucional, do Gabinete Pessoal do ex-presidente e ordenadores de despesa da Presidência da República. Auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) apontavam para a irregularidade do segredo de alguns gastos com cartão corporativo. De acordo com a legislação, cabe ao gestor regulamentar o uso da verba sigilosa. O cartão corporativo foi criado em 2001, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, para dar mais transparência aos gastos oficiais.
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