Resultados de pesquisa do BID mostra que apenas 28% dos jovens pobres se formam
No Brasil, somente 58% dos estudantes concluem o Ensino Médio, sendo que 85% dos alunos mais ricos finalizam essa etapa, em comparação com 28% dos jovens que dispõem de menos recursos financeiros. Os dados fazem parte de um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), divulgado neste mês, e que revelou, ainda, que a maior parte dos estudantes brasileiros que abandonam o Ensino Médio não acredita que a Educação deverá proporcionar uma melhor qualidade de vida.
Com base em pesquisas domiciliares realizadas em países latino-americanos, o BID identificou que a maioria dos estudantes entre 13 e 15 anos que não frequentam a escola coloca a falta de interesse como a principal razão para o abandono. Nas camadas mais pobres, os jovens latinos não chegam a completar nove anos de Educação e a disparidade na aprendizagem é elevada entre escolas urbanas e rurais.
Para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil precisa, por exemplo, lidar melhor com os alunos de baixo desempenho e com os repetentes. Os especialistas apontam ainda a disparidade entre o que o aluno espera do Ensino Médio e o que encontra em sala de aula, muitas vezes distante do que desejam para seguir carreiras específicas ou áreas de interesse.
Atentos a esta realidade, tanto o governo federal como os governos estaduais têm desenvolvido propostas para mudar o formato atual do Ensino Médio. No país, o Ministério da Educação instituiu o Ensino Médio Inovador, em 2009. A iniciativa foi elaborada visando apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras nas escolas, ampliando o tempo dos estudantes na instituição escolar e buscando garantir a formação integral, com inserção de atividades que tornem o currículo mais dinâmico. A mudança quer ainda atender as expectativas dos alunos e as demandas da sociedade contemporânea.
Dados:
• Cerca de 3 milhões de crianças e jovens estão fora da escola. Desses, aproximadamente 1,5 milhão têm de 15 a 17 anos e deveriam estar no Ensino Médio. Apesar de melhorarem as taxas de matrículas no Ensino Médio, o país ainda está longe de alcançar patamares ideais.
• A meta do novo Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece duas prioridades: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos; e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio, para 85%, nesta mesma faixa etária.
(Correio do Povo)