Na noite de sexta-feira, 20, aconteceu a palestra de encerramento de ano para gestores da Cotriel. E este ano, a atração foi surpresa: o ex-jogador do Inter e Grêmio, Paulo Cesar Tinga, de 41 anos, que por 17 anos jogou futebol e se aposentou em 2015. A promoção foi da Cotriel e da Basf.

Muito articulado, Paulo Cesar do Nascimento, que recebeu o apelido Tinga devido ao bairro que morava em Porto Alegre, a Restinga, atualmente tem vários negócios, que vão de uma fundação que leva o seu nome até agência de viagens, dedicando-se ao cargo de gerente de futebol do Cruzeiro, de onde saiu em 2017.

O começo da carreira

Tinga, mesmo revelando ser Colorado, começou a carreira em 1997 pelo Grêmio, após ser rejeitado três vezes em testes pelo time do coração. No tricolor, ganhou as Copas do Brasil de 1997 e 2001, jogando no Japão em Portugal. Em 2005, retornou ao futebol brasileiro, jogando pelo Inter, onde teve o lance mais emblemático da sua vida, quando sofreu pênalti do goleiro do Corinthians, mas foi expulso pelo árbitro ter entendido como simulação o lance. Em 2006, disputou a Libertadores pelo Inter, sendo campeão. Em 2007, foi para a Alemanha, jogando no Borússia. Entre 2010 e 2011, voltou ao Inter, onde conquistou a Libertadores de 2010 e a Recopa Sul Americana e o Campeonato Gaúcho de 2011. De 2012 a 2015, jogou no Cruzeiro até se aposentar dos gramados e de 2016 a 2017 foi dirigente do Clube, de onde saiu definitivamente no fim daquele ano.

Trabalhar é a base de tudo e sempre valorizei a conexão com pessoas
Em sua palestra para gestores e diretoria da Cotriel, Paulo Cesar Tinga destacou que trabalhar é base de tudo e que a tomada de decisão é fundamental para a vida: “Via meus amigos dizendo para eu não jogar, e trabalhar com eles no tráfico. Eu fui atrás do meu sonho, que era ser jogador e precisava ajudar minha mãe, que trabalhava a noite toda para colocar comida em casa, pois meu pai tinha ido embora e nos abandonado. Fui reprovado três vezes no Inter, mesmo sendo colorado desde a infância e fui em frente, fiz teste no Grêmio e passei, sempre indo em frente e procurando focar na carreira e sempre na solução, nunca no problema. Tudo que conquistei foi com trabalho, trabalhar vale a pena. O maior investimento da minha vida é a conexão com as pessoas”, destacou.

Ser curioso é buscar conhecimento
Tinga se definiu como uma pessoa curiosa e que sempre procurou perguntar por tudo, para entender o que acontecia e como ele podia adquirir mais conhecimento: “Estudei somente até a quinta série e pude me aprofundar mais nos estudos somente depois que me aposentei. Curiosidade não tem cura e sempre consegui muita coisa questionando e pesquisando, pois sempre gostei de ler. Conhecimento é utilizar o conhecimento de forma adequada. Um vendedor não pode saber menos de um produto do que quem está comprando.

Nossa crise é de falta de confiança, não de dinheiro
O ex-jogador diz que desde quando atuava ouvia que existia crise, mas tirou o s e passou a criar alternativas para sobreviver após se aposentar dos gramados: “A crise não é de dinheiro e sim de confiança e credibilidade, pois em algum lugar esse dinheiro está. É preciso focar na solução e não o problema, entender de pessoas e ficar perto delas. Quando se consegue uma promoção, por exemplo, você não deve achar que não pode mais entrar em determinado setor, conversar com colegas de outra atividade, pois quanto mais alto você está mais pequeno você fica e você precisa das pessoas.

Você pode mais
Tinga encerrou sua explanação destacando que o maior presente que se tem é o tempo e a maior escolha a fazer é viver: “Na vida temos três grandes eventos: nascer, viver e morrer, pois não sabemos a hora que vamos nascer e nem o momento de nossa morte, portanto temos de vivenciar o nosso agora. Não rasgue este presente. Ser protagonista não é você ser o maior, é fazer o seu melhor sempre naquilo que você se propôs. Ter disciplina, foco, é fundamental. As formigas nos ensinam muito: elas não dormem no trabalho, não precisam de chefe para fazer elas trabalharem e não furam fila. Outro exemplo de que você pode mais é a carteira de motorista. No início, você se assusta porque tem de dirigir, olhar para os lados, dar sinal, acelerar, fazer marcha e depois você automatiza e sai dirigindo. Você sempre tem de estar preparado, pois só se tem medo quando não se está pronto e o exemplo é enfrentar times grandes, quando você conhece o adversário você tem chance de perder, mas se você ganhar é porque estava pronto para aquele desafio. Agradeço à Cotriel, uma cooperativa que completou 60 anos e tem produtores, que são importantes para o nosso Brasil, pois produzem alimentos para a população e à Basf, que é minha parceira desde que passei a fazer estas palestras em todo o País nestes dois anos e meio. Obrigado pela oportunidade”, finalizou.