Grande quantidade de chuvas e temperaturas altas facilitam a infestação

A cultura da soja, tem um papel muito importante no cenário econômico de nosso país, talvez seja uma das poucas atividades que apresentam retorno financeiro e de quebra mantém positivo o saldo de nossas exportações, sendo o Brasil um dos maiores exportadores desse grão. Diante desse cenário cada incremento de produtividade que nossas áreas tem devido as melhorias de manejo, novas tecnologias, as pragas e doenças surgem como grande desafio aos produtores e a assistência técnica e talvez o manejo das lagartas sem dúvida é um grande obstáculo a ser superado.

O complexo de lagartas que atacam a cultura da soja é, de certa forma, muito diverso, porque temos indivíduos que consomem folhas, outras grãos influenciando diretamente a produção, outras apenas cortando plântulas, então é preciso entender a forma e o comportamento de cada espécie que ataca a soja.

Nos últimos dias pode-se observar em algumas áreas o aparecimento de algumas espécies de lagartas como:
– Lagarta-da-soja ( Anticarsia gemmatalis);
– Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens);
– Lagarta-enroladeira (Omiodes indicata);
– Lagarta-das-folhas (Spodoptera eridanea);
– Helicoverpa spp;

O surgimento dessas pragas devem ser acompanhado em nossas áreas porque elas tem um impacto muito grande, porque consomem a “fábrica” da soja, as folhas, nessa fase de desenvolvimento, porque através da folha a planta realiza a fotossíntese, que fornece energia para o crescimento e desenvolvimento.

Vale ressaltar o comportamento que as diferentes espécies de lagartas apresentam. A lagarta-da-soja fica mais exposta na planta da soja; as falsas-medideiras ficam mais no interior da planta, dificultando o seu controle e também é uma praga que apresenta uma maior tolerância aos inseticidas; a lagarta-enroladeira fica nas ponteiras da soja, dificultando seu controle. Mas a principal espécie que causa grande dor de cabeça são as lagartas do grupo Heliotine, que tem por representante as Helicoverpas e as Heliotis, apresentam um grande potencial de dano e já não é qualquer inseticida que possui controle satisfatório.

Ficam algumas dicas para os produtores;
– Monitoramentos constantes da área;
– Acompanhamento da assistência técnica para correta identificação da espécie de lagarta;
– As aplicações de inseticidas devem ser feitas com critério, respeitando os níveis de desfolhada da cultura, bem como a densidade populacional da praga;
– Usar produtos com procedência e registro para cultura da soja;
– Respeitar as doses dos produtos recomendados;
– Faça rotação de princípios ativos e mecanismos de ação dos produtos, para minimizar os possíveis problemas de resistência;
– Evite aplicações de inseticida sem critério para não causar desequilíbrio e diminuir a população de “amigos naturais”;
– Vale lembrar aos produtores que utilizam a tecnologia Intacta RR2 PRO, que a mesma não apresenta controle sobre o complexo das Spodopteras. Portanto, esta espécie exige monitoramento constante para evitar surpresas desagradáveis;
– Na dúvida, consulte a Assistência Técnica da Cotriel Sede e Unidades para suporte necessário para que não ocorram perdas de produtividade para essas pragas.

Por: Jeferson Antonio de Campos
Técnico agrícola da  Unidade Alto Alegre