Depósitos feitos na caderneta de poupança a partir desta sexta-feira (4) estarão sujeitos a render menos juros do que antes quando a taxa básica de juros, a Selic, estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano. Hoje a Selic está em 9%. Mas especialistas alertam que não é preciso se precipitar e retirar dinheiro da poupança.
O rendimento da poupança para o dinheiro depositado até quinta-feira (3) continua sendo de 0,5% ao mês (6% ao ano) mais taxa de referência (TR).
Mas depósitos feitos a partir desta sexta-feira terão o rendimento equivalente à soma da TR com 70% da meta da Selic, sempre que a taxa estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano. O Banco Central já indicou que a taxa Selic pode cair de 9% para 8,5% ao ano, na reunião de 30 de maio.
— Sugiro que não mexa quem já tem a poupança antiga, que não se precipite — diz Samy Dana, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo.
Gilberto Braga, professor de finanças do IBMEC no Rio, concorda que a poupança antiga continua mais rentável do que uma série de investimentos em títulos públicos.
— Não vai mudar nada por enquanto. Não é motivação suficiente para migrar o dinheiro para outros investimentos ou para consumo.
A Caixa Econômica Federal divulgou comunicado na manhã desta sexta-feira para informar aos cerca de 41,4 milhões de clientes com poupança no banco que esclarecerá eventuais dúvidas sobre rendimentos pelo SAC Caixa (0800 726 0101), pelo site (www.caixa.gov.br) e nas agências em todo o país.
“Os novos depósitos continuam sendo remunerados a 0,5% a.m + TR enquanto não houver alteração na Selic. E os depósitos realizados até 03 de maio tem a remuneração antiga pelo tempo que forem mantidos em poupança, independentemente de oscilações na taxa Selic”, lembra o vice-presidente de pessoa física da Caixa, Fábio Lenza.
Mesmo com a queda e a remuneração menor de novos depósitos na poupança, Samy Dana, da FGV, diz que a nova poupança continuará mais rentável do que títulos públicos do tesouro brasileiro se o investimento tiver de ser resgatado antes de seis meses. Isso porque a poupança permanece isenta de imposto de renda, enquanto títulos públicos estão sujeitos à cobrança de taxa de custódia, de corretagem e de negociação, além de ter cobrança regressiva de imposto de renda.
O Globo