ERNESTINA – Produtores rurais captam água da chuva e utilizam na aplicação de defensivos agrícolas

Postado em 19 fevereiro 2015 07:02 por JEAcontece
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Não é só nas grandes cidades que é necessário reduzir o consumo de água. A cada ano, são mais alarmantes as estatísticas sobre a provável falta de água no país, dado o aumento demográfico, estiagens cada vez mais constantes e prolongadas aliadas ao consumo exagerado de água pela população. Desde 2014, São Paulo enfrenta uma grande crise no abastecimento, problema que vem agravando-se com a imprevisão da ocorrência de chuvas na quantidade e localização necessárias para a normalização dos níveis nos reservatórios que abastecem o Estado.

Aumento no consumo de água

Além da estiagem e do aumento populacional, outro fator agravante é o crescente consumo de água por habitante. Se em 2008 cada brasileiro consumia 151,2 litros por dia, em 2013 este número subiu para 166,3. A OMS – Organização Mundial da Saúde – afirma que cada pessoa necessita de 110 litros por dia.

O Rio Grande do Sul é o 14º Estado que mais consome água no país, com média de 152 litros por habitante/dia. O Rio de Janeiro é o maior consumidor, com 253 litros/dia, e Alagoas ocupa a última colocação, com apenas 100 litros/dia por habitante. Estes números foram divulgados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico do Ministério das Cidades, pela OMS e pela Sabesp.

Coleta da água da chuva

Uma iniciativa de produtores rurais tem possibilitado o consumo consciente de água no interior de Ernestina. Através de um sistema de cisternas, a água da chuva é coletada e armazenada para uso na aplicação de agrotóxicos. Na propriedade da família Erig, na localidade de Três Lagoas, três reservatórios armazenam 45 mil litros. Dois deles, um com capacidade de 20 mil litros e outro de 15 mil, abastecem os pulverizadores utilizados nas lavouras da propriedade, enquanto o outro, de 10 mil litros, é usado na casa da família. O sistema de cisternas capta a água da chuva que cai no telhado do galpão e armazena nos reservatórios.

“Queremos colocar outra caixa d’água de 20 mil litros para captar a água da chuva que cai no outro lado do telhado”, explica Iria Erig. Ela relata que vizinhos, também agricultores, vêm até a propriedade para abastecerem seus pulverizadores. Mauri Roberto Erig, irmão do dono da propriedade, Mauro Erig, calcula que foram investidos cerca de R$ 6,5 mil no projeto, cuja instalação iniciou em 2013. “Antes pegávamos água da vertente e trazíamos com um tanque até aqui. Agora, além de economizarmos combustível e água, ficou bem mais prático e rápido”, disse Mauri.

A utilização da água da chuva para a aplicação de agrotóxicos também é realidade na propriedade rural da família Boehm, no Reassentamento 25 de Julho, interior de Ernestina. Em dois reservatórios são armazenados cerca de 12 mil litros de água da chuva. “A água da chuva tem outra vantagem: é mais adequada à aplicação dos agrotóxicos do que água tratada. Tivemos resultados bem melhores com o uso da água da chuva”, relata Victor Boehm, filho dos proprietários.

A ideia de captar água da chuva é utilizada há algum tempo também pela população que reside no perímetro urbano, quando armazenam a água da chuva em caixas d’água e utilizam para lavar roupas, calçadas e veículos. A administração municipal de Ernestina, por meio da Secretaria da Agricultura, em parceria com a Emater, irá aprimorar o projeto e incentivar a adoção do sistema em todo o município, afirma o prefeito do município, Odir João Boehm. “Temos de pensar no agora e no futuro das nossas crianças. O custo para a instalação é baixo e são muitos os benefícios”, disse. A iniciativa deve, inclusive, ser apresentada na Expodireto Cotrijal 2015, a fim de mobilizar mais produtores rurais em torno da ideia.

Em grandes cidades, água de reuso

Uma solução vem sendo considerada em grandes metrópoles: o tratamento e reuso da água do esgoto. Esta tem sido uma alternativa apontada por especialistas para o recente problema do abastecimento, que tem levado ao racionamento do fornecimento de água em algumas cidades. O professor de hidrologia da USP, Ivanildo Hespanhol, afirma que há tecnologia suficiente para tratar a água do esgoto e torná-la potável para o consumo humano. “A água deve ser julgada pela sua qualidade, não pelo seu histórico. Eu acho que a única alternativa para São Paulo é reuso”, disse.

(Fabricio Carvalho – Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Ernestina)

Postado em 19 fevereiro 2015 07:02 por JEAcontece
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