O Brasil aguarda ansioso o início da vacinação contra o Coronavírus. Mas, enquanto se aguarda a fabricação da vacina outro problema veio à tona: a falta de seringas e agulhas. O governo não conseguiu comprar nem 5% das agulhas e seringas necessárias para a imunização nacional e sem estes produtos de nada adianta a vacina pronta.

O assunto foi abordado na tarde de ontem durante a programação da Uirapuru com o Roberto Toson, Diretor Comercial da Diprohl- Comercial Imp. Exp. Ltda de medicamentos e produtos da área médica. O empresário Roberto explicou que desde novembro de 2020 há dificuldade para comprar agulhas e seringas. Hoje o Brasil tem apenas uma empresa que produz as seringas, localizada em Curitiba. Todo o restante é importando do Paraguai, India ou China.

Com a pandemia os países pararam de exportar. Roberto explicou que a vacinação ainda não começou, então não haveria necessidade de uso a ponto de faltar o produto em condições normais. No entanto, os preços dispararam a valores impraticáveis. Antes uma seringa padrão custava em média R$0,13 centavos para a empresa. Com a pandemia o preço disparou e o valor hoje da seringa, para a empresa comprar e revender, está em R$0,35 centavos na média. Uma caixa de luvas com cem unidades, que antes custava R$13 Reais, está custando mais de R$90.

Isso afeta diretamente o trabalho dos hospitais e não envolve apenas a vacinação. O empresário questiona se há realmente a falta de produtos ou se alguns fabricantes estão aproveitando a situação para ganharem mais, abusando dos preços. Hoje a maioria destes materiais é feito na China ou na Índia. Também alertou que a falta de seringas e agulhas quando a vacinação começar é inevitável. O mercado colocou preços elevados, limitou oferta e se algum comprador não aceitar há outro que aceita e paga no mundo, explicou. Para o empresário faltou planejamento do governo brasileiro, pois desde março sabia-se da necessidade dos insumos para a vacinação.