R$ 190 milhões. Até aqui este é o prejuízo estimado que a estiagem já causou aos agricultores e à economia de Carazinho. Dados apurados pelo escritório da Emater e a serem entregues ao poder público municipal em relação aos impactos da estiagem nas principais culturas das lavouras de Carazinho, apontam que no milho as perdas atingem média de 70% das lavouras, e na soja o estresse e o desenvolvimento das plantas desenham prejuízo de pelo menos 35% do potencial produtivo. Em entrevista a Rádio Diário AM 780 o chefe do escritório da Emater em Carazinho, Renato Serafini, destaca que a região já vinha de um ciclo de chuvas que nos acumulados do ano passado vinham abaixo das médias, e nos meses de novembro e dezembro as chuvas, além de poucas, foram mal distribuídas, sendo que em algumas localidades choveu mais e em outros menos. “Estamos calculando acima de 65% a 70% as perdas no milho, e no soja já começou o efeito cumulativo, temos plantas com baixo crescimento. Em muitos locais a carreira de soja não fechou, em um período de condição de clima normal o solo já não estaria mais exposto. Com estas quebras o prejuízo na soja, milho e leite, e há problemas nos hortigranjeiros também, embora a maioria seja irrigado, não há comparação quando as chuvas também incidem, podemos dizer que no momento as perdas são de R$ 190 milhões”, afirma Serafini.
O profissional destaca que além do milho, já nota-se agricultores se movimentando para acionar o seguro das áreas de soja. “A planta segue seu ciclo, e com a falta de umidade, tem plantas que estão em uma altura de 15 a 20 centímetros e colocando flores, quando deveriam estar com tamanho de duas a três vezes maior. Se as chuvas normalizarem estanca-se as perdas, mas o dano já ocorreu. Este prejuízo já é consolidado”, cita Serafini.
O profissional destaca que nos últimos dias, com as temperaturas que durante a tarde em alguns dos dias variaram entre 33º e 37º graus, acelera-se a evaporação da umidade do solo, o que prejudica ainda mais o desempenho das plantas.
O documento elaborado pela Emater foi remetido ao Executivo Municipal e deve ser usado como subsídio, no caso do município entender que deve ser decretada Situação de Emergência. Em Carazinho a área destinada à soja nesta safra foi de 39.300 hectares e outros 3.870 mil plantados com milho. Na tarde desta terça-feira (18), uma reunião na sede do Executivo foi marcada para discutir com os sindicatos, Defesa Civil e as secretarias de Agricultura e Desenvolvimento Social, o Decreto de Situação de Emergência.
Diário da Manhã
