Ana Guimarães (RJ) em Crônicas de Família nos relata o seguinte caso:
Uma querida amiga recebeu de volta o marido; este a havia abandonado, cinco anos antes, apaixonado que estava por uma jovem ilusão.
O marido foi devolvido pela rival quando se constatou que ele era portador de um câncer virulento, em estado avançado.
– Sou muito jovem – disse ela – para prender-me a um velho enfermo. E se foi sem olhar para trás.
Minha amiga recolheu-o com o carinho de que era rico seu coração, começando a tratá-lo e confessando-me depois que, apesar de tudo, continuava a querer-lhe bem.
Quatro meses ser passaram. Ele apresentava melhoras, não eram reais, mas…
No entanto, a esposa percebia que ele olhava com tristeza o telefone; ela sofria notando que o esposo não conseguia esquecer-se da outra.
Numa manhã de domingo, depois da leitura do Evangelho e de ter ministrado o passe, a esposa esquecida tomou o telefone, discou para a outra e entregando para ele o fone, falou: Toma, fala com ela e para de sofrer. Saiu do quarto para chorar sozinha.
Mais tarde o marido perguntou: – importarias se ela viesse visitar-me?
– Não. Em absoluto, tens todo o direito de recebê-la – respondeu amargurada.
Quando a campainha tocou, ela abriu a porta para defrontar-se com a linda jovem que sorria, conduziu-a ao quarto e iria retirar-se quando o enfermo aduziu:
– Espera, a demora é pouca. Fica por favor. Só desejo dizer a esta moça o quanto lhe sou agradecido por me ter prodigalizado a chance de ainda nesta vida descobrir o erro que havia cometido e a oportunidade de repará-lo.
– E mais do que isso, dar-me tempo de dizer o quanto te quero bem. Perdoa e me aceita de volta ao teu coração.
(Sociedade Espírita Raios de Luz de Tapera)