Dia Mundial do Câncer

Postado em 04 fevereiro 2019 10:03 por jeacontece
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Imunoterapia: a nova revolução no combate ao câncer

A imunoterapia é o tratamento mais promissor, já em uso. O câncer matou quase 2 milhões de brasileiros em uma década

O Dia Mundial do Câncer ocorre em 4 de fevereiro. Os dados referentes a essa doença não são nada animadores. Nos próximos anos, ela poderá ser a principal causa de morte no Brasil e no mundo, caso não sejam tomadas medidas urgentes. Uma nova forma de combater o câncer promete ser uma importante aliada: a imunoterapia.

O câncer já é a principal causa de morte em quase 10% das cidades brasileiras (516 do total de 5.570 municípios do país), conforme pesquisa divulgada em 2018 pelo Observatório de Oncologia do movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Em meio a esse cenário alarmante, a imunoterapia vem revolucionando o tratamento contra essa doença, sendo siderada pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês) como maior avanço dos últimos anos. Em 2018, a imunoterapia também rendeu o Prêmio Nobel de Medicina para dois pioneiros em desvendar mecanismos de interação entre o tumor e o sistema imune: o americano James P. Allison e o japonês Tasuku Honjo.

A imunoterapia compreende medicamentos que em vez de atacar diretamente o câncer, ajudam as defesas do corpo a detectar e combater a doença. Ela é aplicada no paciente de forma intravenosa, como um soro. A principal maneira de ela agir é por meio dos inibidores de pontos de verificação imunológicos, ou seja, é como se ela liberasse os “freios” do sistema imune, fazendo com que o organismo identifique e combata as células tumorais. “A imunoterapia atual compreende medicamentos que bloqueiam estímulos inibitórios do sistema imune. O resultado do bloqueio da inibição é um sistema imune mais ativo e eficaz”, explica o oncologista clínico do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado.

O oncologista explica como age a imunoterapia. “Em uso, temos medicamentos que bloqueiam duas vias inibitórias do sistema imune: anti-CTLA4 e anti-PD1/PDL1. Resumidamente, os mecanismos de ação são manter o estímulo de reconhecimento do agente agressor pela imunidade celular via bloqueio CTLA4 ou incrementar a ação dos linfócitos contra o tumor via bloqueio PD1/PDL1”, pontua Machado.

Principais cânceres combatidos pela imunoterapia
O oncologista do CTCAN reforça que a imunoterapia é uma revolução, mas não é a solução de todas as questões da oncologia. “Melanoma, câncer de rim e câncer de pulmão são doenças que a imunoterapia mudou drasticamente a história natural. Estamos aprendendo ainda a melhor forma de usá-la. A imunoterapia avança em estudos de câncer de bexiga, esôfago, estômago, intestino grosso, orofaringe, entre outros”, revela Machado.

Ela é considerada uma revolução no combate ao câncer pelos pesquisadores e instituições oncológicas. “Ela é uma revolução, pois passamos a entender e modificar, ainda de forma superficial, a relação do sistema imune do paciente com o tumor. Até então, nossos esforços eram atacar a doença. Temos muito ainda a aprender”, salienta o oncologista.

Esse tratamento é visto pelo meio científico como uma nova “avenida” na luta contra o câncer e também já beneficia portadores de doenças autoimunes, onde o sistema imune é hiperreativo atacando tecidos ou órgãos normais. O custo da imunoterapia ainda é o principal desafio. “Temos disponível no Brasil quase todos os imunoterápicos. O problema é o custo elevadíssimo que limita barbaramente o acesso dos necessitados”, comenta Machado.

Benefícios
A imunoterapia causa menos efeitos colaterais que a quimioterapia e a radioterapia. Quimioterapia são medicamentos citotóxicos, que matam as células, principalmente as células neoplásicas. A imunoterapia tenta ultrapassar os múltiplos mecanismos que os tumores desenvolvem para inibir o sistema imune. O oncologista salienta que em câncer de pulmão é comum a utilização de ambos os tratamentos associados. Essa estratégia está sendo testada em outros cânceres com resultados promissores. O oncologista reforça que estão sendo colhidos melhores resultados no controle da doença, principalmente a longo prazo. “A imunoterapia tem a vantagem de ser menos tóxica, no geral, que a quimioterapia, apesar de alguns efeitos colaterais importantes, graves, que são pouco frequentes”, destaca o oncologista do CTCAN.

Dados sobre o câncer
O câncer é a segunda causa de morte no mundo. Atualmente, 8,8 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência dessa doença, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, são registradas cerca de 215 mil mortes por câncer por ano (DataSUS).

Câncer mata cerca de 18 mil gaúchos na região Norte em uma década
Mais de 1,8 milhões de pessoas morreram entre 2007 e 2016 no Brasil em decorrência do câncer, conforme dados do DataSUS. No Rio Grande do Sul (RS), foram registradas mais de 170 mil mortes, 18 mil por ano, aproximadamente. Na região Norte do RS, 18 mil pessoas morreram em decorrência do câncer, cerca de 2 mil por ano. Nessa região, Passo Fundo, maior município, registrou mais de 2,6 mil óbitos neste mesmo período, cerca de 265 mortes por ano, seguido de Erechim (1,3 mil), Carazinho (990), Lagoa Vermelha (508), Palmeira das Missões (458), Soledade (447), Frederico Westphalen (418) e Marau (418).

E a perspectiva para os próximos anos não é positiva. “Temos que considerar, além do envelhecimento da população, a crise econômica que implica em migração para o SUS de parcela dos segurados privados, o congelamento do orçamento da União, que implica dividir o mesmo bolo entre mais pessoas, além do incremento do custo do tratamento que não será suprido pelo congelamento. Os resultados serão catastróficos, infelizmente. Esta é mais uma razão para centrarmos esforços na prevenção: alimentação saudável, exercícios físicos regulares, peso adequado, não fumar e não beber”, ressalta o oncologista do CTCAN.

Fotos: Divulgação
A imunoterapia compreende medicamentos que em vez de atacar diretamente o câncer, ajudam as defesas do corpo a detectar e combater a doença

Assessoria de Imprensa CTCAN – Natália Fávero

Postado em 04 fevereiro 2019 10:03 por jeacontece
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