Hoje, dia 21 de setembro, é o Dia da Árvore. A data foi criada para lembrar da importância de se preservar este bem de todos, pois sem ele o planeta adoece. Em Passo Fundo para incentivar e contribuir para o processo de arborização da cidade, foi criado em o programa “Uma criança, uma árvore”. O programa nasceu da ideia de iniciar um trabalho de educação ambiental no município, onde cada criança nascida é homenageada com o plantio de uma árvore nativa e o certificado desta ação. Mais de 12 mil árvores já foram plantadas, desde que o programa foi criado. Em virtude da pandemia as atividades de plantio do programa estão paralisadas, mas as doações das mudas para as famílias está acontecendo e podem ser retiradas no viveiro municipal, que fica no bairro São José. Em paralelo a isso o país sofre com a maior onda de queimadas que se tem notícias. O Pantanal, um verdadeiro santuário ecológico, arde em chamas e o resultado disso é sentido em todo o país. A fumaça destas queimadas, causadas pela mão do homem, cobriram os céus do Rio Grande do Sul, causaram chuva negra, que é quando a água cai contaminada por fuligem, e trouxeram problemas respiratórios ás pessoas.
Sobre o assunto o Uirapuru Ecologia do último sábado, que tem a produção do jornalista Ivaldino Tasca, conversou com o Professor Jaime Martinez, doutor em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre. Martinez é Professor dos cursos de Ciências Biológicas e do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais da UPF e também Coordena o Projeto do Papagaio Charão. Explicou que, mesmo por motivos políticos envolvidos, o império romano caiu por eles esgotarem a madeira das árvores próximas. De repente Roma não tinha mais nem madeira para construir barcos e alimentar fornalhas , cunhar moedas e fabricar armas. Este foi um exemplo claro de que como o uso incorreto da madeira afeta uma civilização. Revelou que, por dados de monitoramento espacial, 2020 está batendo o recorde em número de queimadas para o nosso país. Destacou que metade dos incêndios estão no Amazonas e Pará. Explicou que o as queimadas localizadas no Mato Grosso cresceram muito neste ano e ampliaram em 44% as suas queimadas com relação a 2019. O professor Martinez disse que, para Passo Fundo, o que se tem neste primeiro momento é algo visual, a fumaça cobrindo os céus. Porém, para a natureza isso é péssimo.
O professor destacou que a proximidade do La Niña trará efeitos no período do verão e não se tem controle sobre isso. O fenômeno deixa o clima mais seco no Rio Grande do Sul e isso pode ser agravado pelo desmatamento. Explicou que as árvores têm um papel fundamental no ciclo da chuva, pela manutenção da umidade. Menos árvores causam um desequilíbrio que favorece não só a seca, mas a propagação das queimadas e o aumento da temperatura geral. Para o professor é preciso agir e todos se associarem contra as queimadas, em qualquer local do Brasil, pois o clima é interligado.
Rádio Uirapuru
