Deputado do PP citado na Lava-Jato chora e diz que o partido acabou

Postado em 11 março 2015 06:52 por JEAcontece
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Jerônimo Goergen pediu licenciamento da legenda para se defender da acusação de que recebeu propina em obras da Petrobras

O deputado federal Jerônimo Goergen (PP) anunciou, na manhã desta segunda-feira, em seu escritório em Porto Alegre, que irá interpelar judicialmente Alberto Youssef por ter sido citado pelo doleiro como um dos beneficiados no esquema de corrupção da Petrobras. O parlamentar pediu licenciamento da legenda para se defender da acusação e sustentou que não tem qualquer envolvimento com os desvios revelados pela Operação Lava-Jato.

Ele chorou e disse que seu nome foi vinculado à propina no momento em que era deputado estadual, o que lhe causou estranhamento, já que o esquema abrangeria somente lideranças federais. Mas Youssef não deixa isso claro nas delações e fala em uma fraude ampla, que envolveria diversas esferas do poder.

— É colocado o meu nome como recebedor, mas eu nem estava lá (em Brasília) na época. Estou respeitando o Rio Grande do Sul ao me licenciar. Houve uma citação e eu quero que agora o doleiro apresente provas. Até que se entenda o que acontece, é um choque. Provar a inocência é o desafio da minha vida.

Jerônimo Goergen não definiu se seguirá na política depois dos desdobramentos da Lava-Jato, e entende que o Partido Progressista “acabou” devido às revelações da operação. Ele lembrou que a sigla já havia sofrido um duro golpe com a Operação Rodin — que apurou fraude no Detran gaúcho —, e que as esperanças em renovação no PP quase não existem mais.

— Eu acho que o partido acabou. Somos muito desunidos. Essa prática(corrupção) ocorreu no PP, aí está o mensalão, mas eu vejo com estranhamento o fato de o meu nome ser relacionado justo agora em que estou num enfrentamento nacional (com o Executivo e com a direção do PP).

Na delação premiada de Youssef, Goergen aparece no seguinte trecho: “Que havia outros deputados do PP, cuja posição era de menor relevância dentro do partido, que recebiam entre R$ 30 mil e R$ 150 mil por mês; que dentre os deputados que tem certeza que receberam estão Jerônimo Goergen (entre outros)”.

— Leva a crer que ele fala da bancada federal. Não sei. Sobre as mesadas, uma hora ele cita R$ 10 mil, outra, R$ 30 mil. Eu não o conheço, não o conheço.

O parlamentar afirmou também que está com os sigilos fiscal, bancário e telefônico abertos ao Ministério Público Federal (MPF) para novas investigações.

Postado em 11 março 2015 06:52 por JEAcontece
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