A juíza Ana Cristina Frighetto Crossi, titular da 3ª Vara Criminal da comarca de Passo Fundo (RS), decretou ontem (28), a prisão preventiva de Márcia Fátima da Silva Dal Agnol, esposa do advogado Maurício Dal Agnol, que se encontra foragido, possivelmente nos Estados Unidos.
O advogado também está com prisão preventiva decretada desde fevereiro. Ele é acusado de liderar uma quadrilha, que lesou mais de 30 mil pessoas no Estado do RS, em ações movidas contra a Brasil Telecom.
O grupo que tinha como base de atuação a cidade de Passo Fundo, foi desbaratado no dia 21 de fevereiro, durante a Operação Carmelina desencadeada pela Polícia Federal.
Poucos dias antes, Maurício Dal Agnol teve a prisão preventiva decretada e, desde o dia seguinte, foi considerado foragido, buscado pela Interpol em cerca de 170 países.
Para Márcia Fátima foi arbitrada fiança de R$ 724 mil. A quantia foi depositada judicialmente por intermédio de advogado constituído, mas ela deixou de cumprir outras determinações da justiça entre as quais entregar seu passaporte e apresentar-se todas as segundas e sextas-feiras em Juízo.
Com isso, o Ministério Público voltou a pedir a prisão de Márcia Fátima Dal Agnol – que antes não fora concedida. Ela é apontada pelo MP-RS como “a tesoureira da quadrilha”.
Conforme a decisão, ontem, da juíza Ana Crossi, a ré Márcia tentou justificar a ausência, alegando que não poderia retornar ao Brasil, com os filhos menores sem autorização do Juizado da Infância ou sem a presença do marido.
Segundo a magistrada, não há qualquer impedimento legal ou impossibilidade de que o pai autorize a viagem de retorno ao Brasil, bastando fazer o reconhecimento de sua assinatura em cartório ou em qualquer repartição consular brasileira.
A magistrada sustenta que ao contrário do que insiste o casal Dal Agnol, as crianças ainda não voltaram para casa em Passo Fundo por vontade e atos exclusivos dos pais.
O nome de Márcia Fátima ainda não consta, no saite da Interpol, na relação das “wanted persons”. Ela passou a ser defendida, agora, por um grupo de advogados inscritos na OAB do Paraná: Eduardo Sanz de Oliveira e Silva, Luiz Henrique Merlin, Thiago Tibinka Neuwert e Márcio Isfer Marcondes de Albuquerque.
A juíza também manteve a prisão preventiva de Maurício Dal Agnol, que pedia a sua revogação como condição para se apresentar. Segundo a decisão, Dal Agnol parece querer impor condições ou escolher em que Estado deve responder ao processo.
Para o magistrado, o fato de Maurício estar em Nova Iorque – como faz crer a defesa – não lhe retira a condição de foragido. (Proc. nº 21200102125).
(Espaço Vital)