CRUZ ALTA – O que nos motiva a anunciar o Evangelho?

Postado em 24 outubro 2015 07:29 por JEAcontece
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Dom Adelar Baruffi
Bispo de Cruz Alta

A ocasião da celebração do mês das missões traz uma questão fundamental: o que leva um cristão a ser missionário? Por que um pai ou mãe de família, um jovem, um religioso ou religiosa, um padre, dedicam-se a testemunhar e anunciarJesus Cristo, sua pessoa e o projeto do Reino, a outras pessoas? Qual a razão que leva alguém a doar seu tempo, muitas vezes o pouco tempo livre que lhe sobra da semana, e pensar nos outros, a servir, a fazer o bem aos mais sofridos? Sempre nos causa admiração que pessoas saiam de si, do seu mundo, do seu individualismo, e descubram a alegria de servir. Como disse Dom Hélder Câmara, “missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu.É parar de dar volta ao redor de nós mesmos como se fôssemos o centro do mundo e da vida”.

A experiência pessoal e comunitária da graça de Deus
Existe uma experiência de fé que é fundamental. É aquela do amor gratuito de Deus, que se manifesta em nossa vida de muitas formas, por meio do Filho Jesus Cristo. Ela é, ao mesmo tempo, muito pessoal e partilhada com os irmãos e irmãs numa comunidade de fé. É a certeza “de sermos salvos por Ele que nos impele a amá-Lo sempre mais” (EG 264) e anuncia-Lo. É uma experiência envolvente, pela ação do Espírito Santo, que faz o cristão sair ao encontro das pessoas, como nos diz nosso Papa Francisco: “Todas as vezes que alguém volta a descobri-lo, convence-se de que é isso mesmo o que os outros precisam. […] O Evangelho dá resposta às necessidades mais profundas das pessoas, porque fomos criados para aquilo que o Evangelho nos propõe: a amizade com Jesus e o amor fraterno.” (EG 265). “Sabemos bem que a vida com Jesus se torna muito mais plena e, com Ele, é mais fácil encontrar o sentido para cada coisa. É por isso que evangelizamos.” (EG 265).  Um cristão não fica tranquilo quando vê “tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida.” (EG 49). “Ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (1Cor 9,2). Esta foi a motivação de Paulo. É a mesma motivação de uma multidão de missionários e missionárias de nosso tempo.

A compaixão pelos sofredores
“Unido a Jesus, procuramos o que Ele procura, amamos o que Ele ama.” (EG 267). À medida que caminhos com Ele, aprendemos dele um “jeito de ser”. Se a dor humana não nos inquieta e nos faz ter compaixão, então ainda não somos bons cristãos. “Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros.” (EG 270). O perigo da indiferença circunda nossas comunidades. Deixemos que o Espírito Santo nos inquiete, que desinstale do comodismo e traga ardor missionário.

A humildade que não impõe a verdade
Jesus, que caminhou com os discípulos de Emaús, é o modelo do missionário. Não se impõe. Não quer convencer. Atrai pelo testemunho. Contagiar com a alegria de quem se encontrou com o Senhor e quer comunicá-lo, sem querer convencer ou converter. Ter a consciência que é o Espírito Santo que age e faz produzir os frutos. Santa Terezinha, patrona dos missionários, dizia: “Para ser d’Ele é preciso ser pequeno, pequeno como uma gota de orvalho.” (CT 141).

Postado em 24 outubro 2015 07:29 por JEAcontece
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