Através de uma oficina pedagógica realizada na tarde de hoje (27), no Miniauditório do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS), o curso de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta socializou os pareceres finais dos projetos “Integralidade na atenção à saúde postural em trabalhadores rurais na atividade leiteira” e “Força máxima de preensão manual dos trabalhadores rurais na atividade leiteira antes e após um programa de cinesioterapia: análise através da curva força-tempo”. Desde o início do ano, o grupo de bolsistas e voluntários coordenados pela professora Themis Leal de Carvalho verificou gradativamente os índices da força de preensão manual e a postura de 23 trabalhadores de sete municípios. O encontro foi prestigiado pelo pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unicruz, Diego Golle, pelo gerente regional da Emater/RS, Carlos Turra, e pelos participantes do estudo. “Trabalhos como este precisam ter continuidade, precisam ser permanentes”, exaltou o Pró-Reitor.
Segundo os dados apresentados pelas egressas da Unicruz Angélica Facco e Victória Medeiros da Rosa, autoras de trabalhos de conclusão de curso (TCCs) sobre o tema, as pessoas pesquisadas apresentaram melhorias na flexibilidade e no conforto durante atividades laborais. Uma das participantes ainda conseguiu corrigir um problema de desvio postural. O progresso foi constatado através de questionários, de instrumentos tecnológicos como o dinamômetro digital e a fotogrametria e com a instrução de exercícios diários. As atividades resultaram não apenas nos TCCs, mas em artigos e pôsteres publicados em eventos nacionais.
“Eu sentia dores nos ombros, na cintura e nas pernas, mas hoje estou muito melhor”, disse a trabalhadora rural de Boa Vista do Cadeado Maria Clair Benche, de 54 anos.
Parceria além do Oceano Atlântico
Os estudos do curso de Fisioterapia contaram com importantes aliados ao longo do ano: além da Emater/RS, também contribuíram o Grupo de Trabalho (GT) Social do programa Rede Leite, bem como pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e do Instituto de Tecnologia de Clermont-Ferrand (IUT), da França, que auxiliaram na coleta e triagem dos dados. Três graduandos da IES europeia também aproveitaram a compilação de informações para desenvolverem seus estudos finais. “Vocês [trabalhadores] estão em estudos nossos e na França, além de auxiliarem na construção de uma saúde melhor“, comemorou a professora Themis.
Complementando a afirmação proferida no início da oficina pelo professor Diego Golle, a docente levantou a hipótese de dar continuidade às pesquisas. Contudo, dependerá de uma série de fatores como renovação de bolsas institucionais e captação de novos acadêmicos voluntários.
(Núcleo Integrado de Comunicação da UPF)