Imunizantes contra a influenza, rotavírus, coqueluche e catapora possuem eficácia entre 40% e 50%
O Instituto Butantan divulgou ontem (12) os resultados da eficácia geral da Coronavac, que ficou em 50,4%.
O número gerou discussões sobre se a vacina, com percentual pouco acima do recomendado de 50%, seria eficiente para combater a pandemia de Covid-19.
Por isso, é importante destacar que uma série de outras vacinas que fazem parte do Programa Nacional Imunização possuem eficácia semelhante à Coronavac.
As vacinas que protegem contra rotavírus, influenza, coqueluche e catapora são exemplos disso.
A médica Isabela Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), relembra que o rotavírus, agente que afeta o intestino e provoca diarreia, era um terror no Brasil.
“Não tinha uma criança que chegava aos dois anos de vida sem ter sofrido ao menos um episódio dessa infecção”, relata. A médica foi consultada pela BBC News Brasil, em reportagem.
A vacina, disponibilizada no país a partir de 2006, modificou totalmente esse cenário. Hoje em dia, os surtos são muito raros no país. E a eficácia do imunizante fica entre 40% e 50%.
O mesmo se aplica aos imunizantes que protegem contra a influenza, coqueluche e catapora.
No caso da campanha da gripe, a formulação muda a cada nova temporada, de acordo com as cepas do vírus. E em alguns anos, a eficácia das doses usadas nas campanhas nem alcança os 40%.
Porém, ao evitar o agravamento do quadro, especialmente em grupos vulneráveis como os idosos, uma estratégia de vacinação ampla contra o influenza impede que a doença mate muita gente e tenha impacto grande demais para a capacidade do sistema de saúde.
No entanto, tão importante quanto ter uma vacina, é ter uma boa cobertura vacinal – assim, o agente infeccioso gradualmente para de circular. E, mesmo enquanto circula, não provoca quadros graves das doenças.
Diário da Manhã