Para o gerente comercial da Eletrocar, Fernando Vanin, a queda na demanda está mais atrelada à condição climática do período do que propriamente a mudança de hábito dos consumidores
Com tanto que tem se falado em crise hídrica nos últimos meses, a pedido do Diário, a Eletrocar realizou um levantamento sobre os últimos dados de consumo de energia elétrica em sua área de atuação e em entrevista a Rádio Diário AM 780 o gerente comercial da empresa, Fernando Vanin, sinalizou que avaliando os dois últimos meses fechados de consumo de energia na área de abrangência da distribuidora, se observa uma redução da demanda na classe residencial na ordem 7% de um mês para outro.
“Fizemos um levantamento relativo a dois períodos, de agosto de 2021 para agosto de 2020 e de setembro de 2020 para setembro de 2021 a fim de acompanhar a evolução ou mudança de comportamento do consumo de energia elétrica. Notamos também que de agosto de 2021 para setembro deste ano, a redução foi de 7% na classe residencial e uma pequena redução na classe industrial, mas sem alteração nas demais classes de consumo como serviço público, rural e comércio” comentou Vanin.
Para o gerente, no entanto, é precipitado afirmar que o indicador observado no último mês possa ser atrelado ao Programa de Incentivo à Redução Voluntária do Consumo de Energia Elétrica lançado pelo Governo Federal. A proposta determina que nos meses de setembro, outubro novembro e dezembro de 2021 o consumidor deve reduzir no mínimo 10% de seu histórico dos quatro meses para que tenha direito a um desconto no período seguinte.
O gerente explica que a distribuidora tem informado os consumidores junto da fatura das regras para acessar o programa. Ele avalia, porém, que embora a empresa ainda não tenha feito um olhar individual sobre as faturas, considerando que o período para o benefício será de quatro meses, em uma primeira análise é pouco provável que a maior parte da redução verificada no último mês esteja atrelada necessariamente ao esforço dos consumidores para poupar energia ou da conscientização. Isto porque o histórico de consumo da empresa mostra, que no mês de setembro a média de demanda é ao menos 4% menor do que em agosto.
Vanin salientou que uma das explicações é de que o período do ano é uma estação de transição, no caso a primavera, em que as temperaturas não são tão frias e assim se diminui o uso de aquecedores e climatizadores, mas também quase não são utilizados equipamentos para refrigerar ambientes que são os itens que costumeiramente puxam o consumo de energia da classe residencial.
Diário da Manhã
