O prefeito de Chapada Carlos Catto convidou o médico Richel Collazo, cubano que atua no município, a assumir a Secretaria de Saúde

Ainda na quarta-feira (14), após saber da notícia de que Cuba estava se retirando do Programa Mais Médicos, o prefeito de Chapada Carlos Catto convidou o médico Richel Collazo, cubano que atua no município, a assumir a Secretaria de Saúde. “A saída dos médicos cubanos do Brasil é algo que nos preocupa muito, quem sentirá isso será a população dos municípios do interior do Brasil, que estão mais distantes dos grandes centros e que têm dificuldades de encontrar profissionais dispostos para atender em cidades pequenas”, diz o prefeito de Chapada.

Médico diz que pode deixar a profissão, mas quer permanecer no Brasil
Atuando em Carazinho desde 2014 (sete médicos cubanos foram destinados a Carazinho em abril de 2014), o médico cubano Rolando Carballo revela que aguarda o começo da próxima semana para ter uma posição mais clara quanto a seu futuro profissional. Nestes quase quatro anos que está na cidade, Rolando casou-se e mesmo que não possa continuar atuando como médico do Programa pretende continuar na cidade, mesmo que em outra função.

– O Governo falou que os casados e com residência permanente poderão ficar. Eu amo Carazinho e pretendo ficar pela região, mas não sei como será a questão de pagamento agora, não sei se poderei continuar atuando como médico, mas eu preciso trabalhar pois tenho dois filhos em Cuba, se não puder atuar como médico vou procurar emprego em outra área – diz o cubano.

Carazinho
Em Carazinho, segundo a secretária de Saúde Anelise Almeida, ainda não houve nenhuma comunicação oficial sobre as medidas anunciadas em relação ao Programa Mais Médicos, o que se espera que ocorra no início da próxima semana. Hoje são três médicos cubanos que atuam na cidade, atendendo as unidades de saúde dos bairros Cantares, Princesa e Camaquã.

Ao todo, o Programa mantém em Carazinho nove profissionais, quatro deles são cubanos, nas 14 unidades de Saúde. Anelise revela que espera que o Ministério promova a substituição dos profissionais cubanos do Programa, pois do contrário a Prefeitura terá de fazer uma contratação emergencial e futuramente um concurso público.

Anelise revela que somando vale alimentação e o auxílio moradia que é ofertado aos médicos, o custo que o município tem com cada profissional é de R$ 2,4 mil, enquanto no caso de contratação por conta, somados salários e encargos, chegam a R$ 20 mil os custos para cada médico. No caso de três profissionais a diferença deve representar um aporte mensal que se aproxima de R$ 52,8 mil por mês.

Diário da Manhã