Caso Rafael: julgamento do habeas corpus de Alexandra Dougokenski é cancelado

Postado em 19 maio 2022 09:05 por JEAcontece
15.292.411/0001-75

O julgamento do habeas corpus de Alexandra Dougokenski, acusada de matar o próprio filho, Rafael Mateus Winques, que estava marcado para a tarde dessa terça-feira (17), foi cancelado pela 2ª Câmara Criminal do TJRS.

De acordo com o desembargador José Antônio Cidade Pitrez, presidente do órgão e relator do processo, a própria defesa solicitou desistência.

O habeas corpus questionava a decisão proferida pela juíza Marilene Parizotto Campagna, da Comarca de Planalto, que havia indeferido o pedido de realização da perícia de um áudio que supostamente mostra uma fala de Rafael por que o prazo para requerimento de provas já havia se encerrado.

A solicitação era para que uma perícia de voz fosse feita no arquivo de áudio que gerou polêmica e motivou o abandono da sessão da defesa da ré em março. A defesa diz que a gravação foi feita um dia depois da data em que Rafael foi dado como morto (ou seja, ele não teria morrido na data que consta no processo) e, por isso, pediu a liberdade da ré e a anulação do processo. Alexandra Dougokenski é acusada de matar o filho de 11 anos em 2020, em Planalto

No último domingo, a partir de novos fatos apresentados pela defesa, a juíza determinou a realização de perícia. A perícia será realizada pelo Departamento de Criminalística do Instituto Geral de Perícias (IGP) em até 40 dias a partir do recebimento do material, para apurar se é possível identificar a hora e data de criação do arquivo e sua origem.

O áudio

No áudio extraído do celular do pai do menino, é possível ouvir a voz de uma criança dizendo “sim, ela está falando com a minha mãe ali”. A perícia particular, contratada pela defesa da ré, indicou que a voz se assemelha com a de Rafael.

Conforme a defesa de Alexandra, o áudio chegou ao celular do pai do menino, Rodrigo Winques, no dia 15 de maio de 2020, às 20h33. No entanto, o menino já estaria morto entre a noite anterior e a manhã do dia 15, o que tornaria impossível que ele tivesse feito a gravação. É por isso que os advogados pedem a liberdade da ré e o cancelamento do processo.

Para o Ministério Público (MP), uma análise técnica feita pelo Núcleo de Inteligência do Ministério Público (NIMP) derruba o argumento porque comprova que o áudio não foi gravado na noite de 15 de maio. O arquivo foi recebido pelo celular do pai a partir de um encaminhamento, ou seja, uma terceira pessoa enviou o áudio para ele – não se trataria de um áudio original e abriria a possibilidade de ele ter sido gravado antes. No entanto, segundo o promotor Diogo Taborda, não foi possível identificar quem fez o encaminhamento.

“Se eu gravo um áudio do meu celular e envio, o arquivo chega com uma característica PTP e fica em uma pasta específica, que mostra que foi gravado. Quando é um áudio encaminhado, ele tem característica AUD e vai para outra pasta, que é a pasta de áudios, onde estava esse”, explica.

Taborda sinaliza ainda que é indiferente se o áudio traz a voz ou não do menino, pois isso não muda o fato de ele ter sido assassinado.

Fonte: G1 // Redação Planalto News

 

Postado em 19 maio 2022 09:05 por JEAcontece
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