Casa de terra ensacada é sustentável e econômica, confirma Epagri

Postado em 05 janeiro 2013 08:47 por JEAcontece
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Construir uma casa pode ser mais simples do que se imagina. Com a técnica de bioconstrução chamada de hiperadobe, sacos com terra compactada viram paredes de residências sustentáveis, baratas e resistentes. “A bioconstrução busca a harmonia entre a edificação e o meio ambiente com melhor aproveitamento dos recursos, uso de materiais locais e redução dos resíduos e do gasto energético”, explica o extensionista Élcio Pedrão, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Escritório Municipal de Frei Rogério.

A casa de terra ensacada pode ser construída em qualquer região, pois independe do tipo de solo. “A terra pode ser da terraplanagem do local onde será executada a obra”, diz o extensionista, que aconselha separar a camada superficial para usar no jardim e o subsolo para construir.

As paredes são erguidas rapidamente por uma equipe de pelo menos cinco pessoas, que devem ser assessoradas por alguém experiente nessas construções. “O uso de materiais naturais e não tóxicos permite que qualquer pessoa participe da obra, em mutirão, inclusive os futuros moradores”, diz Élcio.

Reciclável e segura

Além de terem baixo impacto ambiental, as casas são recicláveis, pois podem ser demolidas para reaproveitar o material. A técnica permite reduzir o valor da obra em cerca de 30%, dependendo da região. Em Frei Rogério (SC), uma casa de 100 metros quadrados (m²) custa de R$ 25 mil a R$ 30 mil.

As construções exigem pouco investimento em material de suporte, como madeira, não utilizam ferro e, no máximo, 10% de cimento. “Para prepará-las, necessita-se apenas de 1% a 2% da energia despendida com uma construção similar em concreto armado ou tijolo cozido”, acrescenta.

As paredes de terra também oferecem conforto térmico e acústico. Por serem mais largas que as convencionais, elas isolam melhor o som e retardam a entrada de calor no verão e a perda de calor no inverno. A segurança é outro ponto forte: a construção resiste a terremotos, vendavais e fogo.

Da guerra para o lar

A técnica de hiperadobe foi criada pelo arquiteto iraniano Nader Khalili, que buscava uma solução para abrigar refugiados de guerra e de desastres naturais. O método se popularizou na década de 1980, quando ganhou um concurso da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), que procurava a técnica mais apropriada para construir uma base na Lua.

Hoje, as casas de terra ensacada estão espalhadas pelo mundo e são encontradas em vários estados brasileiros. A tecnologia foi introduzida no País pelo Ecocentro IPEC – Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado. Em Santa Catarina, há construções em hiperadobe em municípios como Descanso, Seara, Coronel Martins, Coronel Freitas, Paial, Arabutã, Pinhalzinho, Araquari, Camboriú, Florianópolis, Jaguaruna e Frei Rogério.

Para mais informações, entre em contato com o extensionista Élcio Pedrão pelo e-mail [email protected].

Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina

Postado em 05 janeiro 2013 08:47 por JEAcontece
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