Os 115 cardeais que vão participar nesta terça-feira da primeira votação do conclave receberam nesta segunda um livreto – que é o guia da missa que será celebrada antes da assembleia, um exemplar da Constituição da Igreja Católica Romana, além de um conjunto de documentos com fotografias e informações de todos os presentes.
A primeira votação do conclave ocorrerá a partir das 17h (13h de Brasília). A missa será celebrada pelo cardeal decano, o italiano Angelo Soldano. O evento será celebrado em italiano, mas tem também trechos em latim e deve durar uma hora e quarenta.
Antes da missa, os cardeais deixarão a Casa Santa Marta, onde estão hospedados, em direção à Capela Paulina. Cantores acompanham os cardeais que seguem na seguinte ordem – diáconos, presbíteros e arcebispos. Depois, ocorre o juramento de sigilo.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse hoje que os cardeais fazem um juramento coletivo e depois individual. O texto comum, dito por cada religioso com a mão sobre o Livro dos Evangelhos é: “Prometo e juro, assim que Deus me ajude e os Santos Evangelhos me guiem”.
Quase 6 mil credenciais
O número de profissionais de imprensa aumentou nos últimos dias com a expectativa do início do conclave e da eleição do papa. De acordo com Lombardi, o Vaticano concedeu 5,6 mil credenciais (autorizações) para a cobertura. Porém, as atividades são limitadas por vários critérios: a maioria dos profissionais recebeu autorização provisória, que não permite cobrir certas cerimônias.
O sistema de imprensa do Vaticano tenta dar o suporte necessário para jornalistas italianos e estrangeiros, mas nem sempre consegue. A maior queixa é sobre a limitação de acesso à internet e à telefonia celular quando começam as reuniões dos cardeais, já que a comunicação externa é limitada.
Suporte aos cardeais
Um grupo de 90 profissionais, que não são religiosos e pertencem a várias áreas, acompanhará de perto o processo de eleição do sucessor do papa emérito Bento XVI a partir de amanhã. São médicos, enfermeiros, técnicos e assistentes que darão o suporte aos cardeais nos dias em que ocorrerem as votações.
Esses profissionais são submetidos a um rigor semelhante ao dos religiosos e devem manter sigilo sobre o que observarem nos dias de votação. No final da tarde desta segunda, os 90 profissionais farão um juramento de sigilo. Há uma cerimônia exclusiva para eles que não poderá ser acompanhada pela imprensa.
Nos dias do conclave, os 115 cardeais são isolados do mundo, não podem receber informações externas, chamadas telefônicas nem ler o noticiário. Um forte esquema de segurança foi montado para garantir o isolamento e o sigilo do processo de eleição do papa.
Durante os dias de votação, os cardeais dormem na Casa Santa Marta, que é uma hospedagem com quartos, banheiros e refeitórios, além de uma capela. Eles usarão um túnel para se deslocar da hospedaria à Capela Sistina para as reuniões do conclave. Pelas normas da Igreja Católica Apostólica Romana, o conclave não tem prazo para acabar. Os vaticanistas italianos, especialistas em temas da Igreja, estimam que durará de três a 11 dias.
Agência Brasil