Carazinho só deve decretar Situação de Emergência caso a condição se agrave

Postado em 17 janeiro 2022 15:01 por JEAcontece
15.292.411/0001-75

Conforme o coordenador local da Defesa Civil, para ter o Decreto homologado é preciso que se comprove risco à vida, o que não é o caso no momento

Momentaneamente o município de Carazinho não cogita decretar Situação de Emergência, embora a condição de estiagem esteja em constante monitoramento. A informação é do coordenador da Defesa de Civil de Carazinho, César Salles. Em entrevista a Rádio Diário AM 780, Salles que participou nesta semana da reunião da FAMURS – Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul que discutiu os impactos e possibilidades de minimizar os efeitos da estiagem, explicou que para ter o decreto homologado pelo Estado e União, é preciso haver comprovação documental de que a condição está gerando risco à vida pela de falta de água, o que não é o caso no momento em Carazinho. Conforme Salles, não que a situação de Carazinho seja diferente de outros municípios da região que já procederam com os encaminhamentos, porém as características do município são diferentes, sendo uma delas de que é relativamente pequena a população que mora na área rural, e as comunidades continuam abastecidas. “A extensão do nosso interior é grande, e toda aquela família que nos escuta e tiver com dificuldades de água que nos procure, seja na secretaria de Agricultura ou Desenvolvimento, para nos informar da sua situação. Precisamos nos alimentar de dados. Sem dados, não se consegue. No momento estamos analisando e não temos intenção de decretar nada hoje”, cita o coordenador.

Conforme Salles, o escritório da Emater realiza levantamentos sobre os efeitos da estiagem nas culturas de milho e soja e os respectivos danos econômicos, a Defesa Civil com o suporte de outras secretarias tem feito o monitoramento dos poços, Rio da Várzea e seus afluentes na cidade, porém todas as comunidades permanecem com abastecimento razoável. O coordenador lembra que nos anos de 2020-2021 o município decretou Situação de Emergência depois que as secretarias de Agricultura, Desenvolvimento Social e Econômico comprovaram documentalmente que haviam famílias para as quais o acesso a água estava em condições precárias podendo gerar risco. Salles explicou que o efeito prático do decreto naquela ocasião está sendo percebido agora, pois recentemente um poço de água localizado em Mata Cobra foi concluído e outro a perfuração está por ser licitada em fevereiro no Distrito de Pinheiro Marcado. São os dois poços no município que inclusive constam, conforme Salles, na lista anunciada pela Secretaria Estadual de Agricultura nesta semana. A contrapartida do município é fazer as redes de água. Conforme Salles, a hipótese de decretar emergência não fica descartada uma vez que não há indicação precisa de quando as chuvas voltem a ter regularidade. O coordenador destaca que Carazinho e região vem de déficit hídrico desde de 2019. Neste mês de janeiro, embora variando em cada localidade, as precipitações até então registraram entre 65 e 80 milímetros. De acordo com levantamento da Emater que está em fase de conclusão e por ser entregue ao Executivo Municipal, confirma-se quebra de 65% na produção de milho e entre 25 a 30% em soja até o momento. Salles comenta que há uma preocupação com os agricultores no que se refere as questões com as instituições financeiras e de seguro agrícola, o que também foi tema de discussão com a Famurs, e que se discute com a União o entendimento de que mesmo que os municípios não decretem situação de emergência, dado a dificuldade de comprovar risco à vida, havendo laudo técnico que ateste os danos das lavouras, que não haja impedimento para acessar o seguro agrícola, por exemplo.

Diário da Manhã

Postado em 17 janeiro 2022 15:01 por JEAcontece
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