Criminosos ludibriam vítimas alegando que cartão bancário foi clonado e que alguém está fazendo compras em seu nome. Um integrante do grupo vai pessoalmente buscar o cartão e a senha para completar o golpe

Uma nova modalidade de estelionato está sendo praticado em todo o Rio Grande do Sul, inclusive em Carazinho. Chama atenção também a sistemática que os criminosos usam para conseguir ludibriar as vítimas e acessar valores de contas bancárias.

O delegado titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento – DPPA, Jader Duarte, cita que o estelionato é um dos crimes que vem crescendo na pandemia, uma vez que muitas pessoas ficam mais em casa e precisam resolver várias questões por telefone ou via internet.

“Cresceu muito no período pandêmico. A cada dia que passa eles (os criminosos) se especializam mais. As pessoas devem prestar muita atenção. Estão ligando dizendo que é do banco avisando que alguém estaria usando o cartão e fazendo compras indevidas. Orientam que a pessoa deve bloquear o cartão e sugerem até que a vítima entre em contato com o banco. Ocorre que eles sobem nos postes onde estão as linhas telefônicas e aplicam um sistema de grampo. Então quando a vítima liga para o banco para dar andamento ao trâmite é um estelionatário que atende e confirma tudo. Ainda informa que mandará um colega para resgatar o cartão e a senha. A parti daí eles fazem uma ‘limpa’ na conta da pessoa”, esclarece o delegado.

Duarte confirma que a DPPA tem conhecimento de vários casos deste tipo. “Orientamos que as pessoas sempre desconfiem e entrem em contato com o banco, mas nunca pelo telefone fixo, porque eles usam a linha fixa. Prefira ir pessoalmente ao banco ou use um celular para fazer este contato. Além disso, jamais entregue seu cartão a qualquer pessoa”, orienta.

Clientes lesados
Leonardo Silva, gerente do Banco do Brasil em Carazinho, confirma que vários clientes informaram ao banco terem sido contatados pelos golpistas. Alguns, infelizmente, caíram no golpe e foram lesados financeiramente.

“Inclusive vários relataram que os golpistas sugerem que eles escrevam uma carta de próprio punho informando o banco de que as compras que aparecem no cartão não foram feitas – e na verdade elas são fictícias. O banco jamais envia funcionários à casa do cliente para pegar cartões. Orientamos que quando receber uma ligação do time, vá a delegacia e faça um Boletim de Ocorrência e depois nos procure. Mas se a pessoa entrega o cartão, infelizmente o banco não tem o que fazer. Nunca se deve dar informações a terceiros”, coloca.

Diário da Manhã