Trata-se de Clayton Oliveira, morador do bairro São Lucas, em Carazinho, que atua como motorista carreteiro, e que fez os vídeos mencionados em matéria postada neste site no sábado (10) no qual aparece questionando o secretário municipal de Obras, Estevão De Loreno (PP) sobre um serviço feito em seu bairro que foi começado e não concluído.

Clayton diz que registrou a ocorrência, pois ao final da gravação o secretário diz que ”iria me achar por aí” e considerou a declaração uma ameaça.

Para a Rádio Gazeta Clayton disse que a equipe da secretaria de Obras largou a pedra cascalhada no bairro por volta de 17h, e não 19h, como o secretário relatou para a Rádio Gazeta no sábado pela manhã. ”O caminhão levou a carga de pedras e não passou o rolo, na manhã do outro dia, 07h30min 08h, quando fui sair com o carro, ele atolou, não tinha como passar, patinou pra sair, com as pedras pipocando. Larguei o carro na casa da mãe, na rua Piauí, peguei o caminhão que ia levar arrumar, estava lá esperando, e nisso sai o De Loreno e o Fernando (Cavalheiro), por volta de 09h30min, 10h, não era meio-dia como ele disse que estavam almoçando. Chamei e disse que queria falar do vídeo que postei, de como ficou a rua, e ele disse que estava arrumando o bairro”.

Conforme Clayton, neste momento foi chamado de desocupado, que por isso estava fazendo vídeo, e Fernando disse que ”só quebrando a pau”. Também perguntaram se não foi para ele que haviam dado umas pedras e mandado uma máquina para dar uma mão, e que era um ”mal agradecido” e se precisasse de algo da secretaria nunca mais seria ajudado.

Foi então que o morador ligou o celular para gravar, e acompanhou o secretário e o assessor enquanto se aproximavam do carro. Diz que não ”enfiou o celular no nariz? de De Loreno, pois estava a um metro dele, que ?veio pra cima e tomou o celular da minha mão”.

Clayton disse que iria ligar para a Brigada Militar, e nesse momento o secretário lhe entregou o telefone.

O morador diz que durante anos trabalhou como motoboy e entrou em vários bairros da cidade sem que tivesse qualquer problema com alguma pessoa, e que fez o registro da ocorrência como forma de resguardar a segurança própria e da família. ”Porque a pessoa não pode denunciar se a rua está em situação horrível, como a minha, a rua Cardeal, e outras pela cidade? É tudo mal feito. A gente é trabalhador, paga imposto, e não pode reclamar por querer um Carazinho melhor para todos, decente, para os pobres também. Muitos acham que podem pisar nas pessoas que são pobres, mas pelos comentários do face tem muitas ruas com problemas pela cidade, e é um direito reclamar”.

A audiência entre as partes está marcada para 20 de fevereiro de 2019.

Gazeta AM