CARAZINHO – Maioria dos pacientes de Covid-19 no município foram tratados com Hidroxicloroquina

Postado em 02 junho 2020 09:10 por JEAcontece
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O médico Gustavo Espanhol, integrante do Comitê de Combate a Covid-19 em Carazinho, revelou em entrevista à Rádio Diário AM 780 que mais da metade dos pacientes tratados no município tomaram Hidroxicloroquina. Este medicamento, segundo o profissional, causa menos efeitos colaterais que a Cloroquina em si.

Desde a quarta-feira da semana passada, 27 de maio, o município não registra novos casos da doença. Até o fechamento desta edição o número de positivos permanecia 40 e destes 33 já estão curados. O que tem mudado, quase que diariamente, é o número de pessoas que são monitoradas, com Síndrome Gripal. Conforme Espanhol, a medida identifica de forma precoce os casos suspeitos e neste sentido são redobrados os cuidados.

“Quem é suspeito de ter Covid-19 consegue transmitir a doença para muitas pessoas. Se isolarmos bem estes pacientes durante o período de transmissão, consegue-se reduzir o número de pessoas infectadas e também a pressão do uso do sistema público de saúde. Embora bem estruturado, ele tem um limite de atendimentos. Além disso, se um caso apresentar piora, se tem como fazer com que esta pessoa chegue logo ao atendimento”, observou.

Sobre a Hidroxicloroquina, o médico ressaltou que no início da pandemia, o medicamento foi usado de forma mais abrangente e que a prescrição dele diminuiu depois da polêmica envolvendo sua eficácia.

“O plantonista é livre para decidir qual o melhor tratamento e alguns acharam que este medicamento não seria adequado. O protocolo do nosso município disponibiliza o uso deste remédio e a gente sabe que, evitando a polêmica e os extremos, na prática, quando usado com critério e no início do tratamento, ele tem resultados positivos”, citou Espanhol.

Um estudo recente, de acordo com o médico carazinhense, baseou-se em dois vieses distintos para a seleção de pacientes. “Em um deles as pessoas foram tratadas mais tardiamente com a Cloroquina e o segundo – e mais importante – os pacientes mais graves utilizaram. Observa-se na nossa prática (em Carazinho), que quando usado logo no início dos sintomas, diminuiu o agravamento da doença. O profissional médico tem liberdade na hora de prescrever”, ressaltou.

Espanhol disse também que não foram observados efeitos colaterais graves. “Em Carazinho não temos nenhum óbito relacionado a Covid-19. Pode ser que seja por este tratamento precoce. Claro que só o tempo irá dizer e novos estudos são necessários para mostrar se a medicação tem benefício ou não”, sinalizou.

“Os pacientes que utilizaram logo a Hidroxicloroquina não precisaram de internação, fato que é relatado no estudo citado anteriormente. Quem usa logo tem benefícios maiores. Ainda não observamos óbitos, mas não dá para saber se pelo uso do remédio ou se por outro fator”, completou.

Kit Covid
Gustavo Espanhol relatou que o protocolo de saúde sugere o que tem sido chamado de Kit Covid. São medicamentos previstos para tratamento da doença. Fazem parte dele a Hidroxicloroquina, o Oseltamivir (Tamiflu) e a Azitromicina. No entanto a prescrição pode ser alterada de acordo com a necessidade do paciente. Pessoas que sofrem de arritmia cardíaca não podem fazer uso da Hidroxicloroquina.

Doenças comuns no inverno
As baixas temperaturas estão fazendo com que mais pessoas com síndrome gripal procurem atendimento. Mesmo assim, segundo Espanhol, este número ainda não é muito alto porque as pessoas ainda estão com medo de sair de casa.

“Isso de certa forma não é bom, porque a doença não esperar e, às vezes, a pessoa fica em casa e pode ter a situação agravada. A população precisa procurar atendimento quando precisar. Por outro lado, há um fator positivo. Este ano as pessoas procuraram mais pela vacina contra a gripe, então diminuiu a procura por atendimentos”, colocou.

Diário da Manhã

Postado em 02 junho 2020 09:10 por JEAcontece
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