Presidente Jocélio Cunha aponta que situação caótica no número de internações vivenciadas no fim de semana pode ser amenizada desta forma. No entanto, apenas dois pacientes conseguiram ser realocados até agora
Pouco mais de 24h depois de divulgar uma nota à comunidade relatando a situação caótica em que o Hospital de Caridade de Carazinho – HCC se encontra em relação à Covid-19 e de notificar os Executivos estadual e federal sobre isso, o presidente da instituição Jocélio Cunha atualizou a situação em entrevista à Rádio Diário AM 780, no fim da tarde desta segunda-feira (17).
O gestor relatou que na manhã deste domingo (16), a instituição estava com 51 pacientes em tratamento contra a doença, um número 200% acima da capacidade de operação. “O HCC viveu no fim de semana uma situação de guerra. Tínhamos uma disponibilidade de nove leitos UTI Covid e estávamos com 19 pacientes. Somados aos clínicos, eram 51 pacientes. Chegamos a uma situação caótica, de termos todos os equipamentos hospitalares ocupados por pacientes”, declarou.
No entanto, a situação pouco mudou até agora. O HCC conseguiu a transferência de dois pacientes, um deles que já estava com ordem judicial para tanto, por intermédio da secretária de Estado da Saúde, Arita Bergmann. Conseguiu-se também a cedência de seis respiradores que estão sendo aguardados nas próximas horas. “Fizemos uma reunião emergencial no início da tarde de domingo para que pudéssemos expor a preocupação que tínhamos ao atingirmos os patamares elevados de ocupação. Mantivemos contato com o Ministro Ônix Lorenzoni que intermediou contato do prefeito Milton com o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que expôs a situação. Aliado a isso conversamos com a secretária Arita sobre a preocupação também dos medicamentos do kit intubação e da necessidade de respiradores. Também com intermédio do secretário Ronaldo Nogueira e do Deputado Márcio Biolchi conseguimos a doação do Instituto Floresta de Porto Alegre destes respiradores”, enumerou.
Sobre a conversa do prefeito com Queiroga, Cunha destacou que o Ministro da Saúde se comprometeu a ajudar a amenizar a situação, em relação a respiradores e medicamentos, mas até este momento não houve sinal positivo concreto.
Nesta segunda-feira (17), o HCC recebeu uma remessa de medicamentos adquiridos junto a fornecedores que dão autonomia hospitalar até pelo menos quarta-feira (19).
Outra medida que o presidente do HCC julga necessária é conseguir transferir pacientes, uma vez que a média de internação estadual está em 97%, bem abaixo da realidade vivida em Carazinho, que supera muito os 100%. “Este era um dos nossos pedidos junto à administração estadual para que pudéssemos diminuir o teto da utilização dos leitos. Conseguimos transferir dois, um terceiro ainda não foi possível”, relatou.
Outra dificuldade enfrentada pelo HCC é o esgotamento das equipes médicas e de enfermagem. “Eles estão trabalhando além de seus limites para dar conta de tudo que se faz necessário. Não temos como ampliar isso. A solução passa pela transferência de pacientes, haja visto que a situação não deve melhorar de hoje para amanhã. Temos várias frentes atuando n o HCC, assim como na UPA. Não temos mais estrutura para aumentar leitos e não temos equipe para fazer tudo isso”, revelou.
Sobre o fechamento da tenda Covid do HCC anunciada ontem (16), Cunha disse que a medica é temporária, mas se fez necessária porque as equipes precisaram reforçar as frentes internas da instituição contra a Covid-19.
Diário da Manhã
