CARAZINHO – HC depende de recursos para ampliar emergência

Postado em 08 março 2018 06:30 por JEAcontece
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Instituição hospitalar visa colocar em prática projeto de reforma e ampliação da Unidade de Emergências Médicas para suprir grande demanda regional. Concretização das obras, por enquanto, esbarra no aporte financeiro

Um dos centros de saúde de referência no Norte do Rio Grande do Sul para o Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital da Cidade (HC) está ciente da necessidade de qualificar o atendimento das Unidades de Emergências Médicas (UEM) da instituição. Atualmente, são 120 pessoas que passam pelo setor de emergência do hospital diariamente. Em 2017, foram mais de 60 mil casos de urgências e emergências atendidos de pacientes oriundos de 312 municípios.

A grande demanda regional fez com que a UEM atual se apresentasse aquém do que seria necessário para o atendimento de tantos pacientes. É com essa certeza que o HC iniciou um estudo, há mais de quatro anos, com visão para o futuro. A ideia é que o setor de urgências e emergências seja totalmente reformado e ampliado. O intuito é que, se hoje são atendidos três pacientes em uma sala, o número seja superior ao triplo, com atendimento para dez pessoas no mesmo ambiente renovado.

A ciência da necessidade de expansão no atendimento embasou o estudo nos últimos anos. No entanto, passado todo esse tempo, o HC já percebe a obrigação de transformá-lo em projeto para colocá-lo em prática. O estudo prevê uma ampliação da área física de 947 m2 para 2.183, com capacitação para o quádruplo de leitos de emergências. Atualmente, são três leitos disponíveis, sendo que o número passará para 12 com a concretização do projeto. Além disso, há acréscimo de três leitos UDT e AVC, ou seja, passa de cinco para oito camas.

O projeto, no entanto, esbarra nas condições financeiras. Com os recursos disponíveis pela instituição, seria inviável a realização da obra, segundo a direção. A primeira etapa para a reforma e ampliação da nova UEM tem um custo de aproximadamente R$ 7,5 milhões. Destes, R$ 3 milhões são destinados para a reforma e cerca de R$ 4,5 mi para a ampliação. Em razão disso, a expectativa do hospital é conseguir verba oriunda de recursos estaduais e federais.

O estudo foi apresentado para o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, e para o deputado federal Darcísio Perondi (MDB/RS), no último mês, quando o representante do governo federal esteve em Passo Fundo e realizou visitas no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), HC e na Universidade de Passo Fundo (UPF). O administrador do HC, Luciney Bohrer, relata que se espera conseguir o aporte financeiro do governo. “Não há condições de colocar o projeto em prática com os recursos em caixa do hospital. Não temos como bancar a obra”, afirma.

Ainda sem sinalização da viabilidade, Bohrer relata que no momento não é possível estabelecer uma expectativa quanto a execução do projeto. “Estamos sondando para ver a possibilidade de quando poderíamos iniciar. O governo estadual tem condições de ajudar, o federal também. Hoje não saberíamos dizer quanto a execução. A nossa esperança é o trabalho do deputado junto com o Ministro. Estamos aguardando os próximos passos para conseguirmos captar recursos”, completa o administrador ao relembrar a entrega de ofício com o projeto para os representantes em fevereiro.

“Emergência está estrangulada”

De acordo com o administrador do HC, Luciney Bohrer, a casa hospitalar trabalha com foco no projeto para sanar o grande crescimento de atendimentos emergenciais de Passo Fundo e região. “Já observamos essa necessidade há algum tempo, visto a demanda crescente de pacientes de toda a região. A emergência está estrangulada com o volume de pessoas que chegam todos os dias. É pequena demais para a demanda que ela precisa atender”, expõe.

Embora seja necessário o aporte financeiro por meio de recursos para a realização, o administrador relata que ainda são necessários detalhes para que o projeto aconteça. “Os projetos têm que ser trabalhados. Se não forem trabalhados, eles não acontecem. Se vai dar certo, só o tempo vai dizer. O que acontece é que não estamos esperando as coisas acontecerem. Estamos correndo atrás”, garante Bohrer.

Volume de acidentes em rodovias afeta pacientes da cidade

Se o espaço para emergência já é considerado pequeno diante da demanda, a situação torna-se ainda mais problemática em razão do número de acidentes em rodovias nos arredores de Passo Fundo, como a BR 285, ERS 135 e ERS 153. Além desse fator, outra questão crucial para a aglomeração de pessoas na emergência se deve a realização de consultas via pronto atendimento no local, segundo relata o administrador. “Como ficamos às margens das rodovias, acaba tendo um volume muito maior com pessoas que acabam se acidentando e precisam das emergências para serem atendidas. Outra questão é que as emergências viraram pronto atendimento, com consultas nas emergências. Isso aglomera muitas pessoas que acabam esperando. Nós precisamos trazer para dentro das normas com relação a estrutura física para o devido atendimento”, declara.

Projeção

A nova UEM deve apresentar os mesmos serviços já existentes no setor atual – atendimento de traumas, emergências cardiológicas, neurológicas, atendimento geral etc -, mas de forma ampliada. Além disso, o projeto prevê qualificação na operacionalidade dos atendimentos, o que também beneficiará o trabalho dos profissionais de saúde da instituição. “É um projeto que nos permite dar condições de trabalho. Os profissionais vão conseguir atender as pessoas de uma forma adequada, que hoje não tem. Além disso, eles [enfermeiros e médicos] poderão trabalhar melhor, com auxílio na operação entre os atendimentos”, pontua Bohrer. Com a ampliação, a expectativa é que a demanda seja suprida e que as consultas saiam dos hospitais. “Esperamos que com o aumento da emergência e urgência, as consultas saiam dos hospitais e sejam realizadas em outros locais. Não queremos que a demanda aumente, também, em função do aumento da capacidade”, prevê.

A atualidade e o futuro em números

Unidade de Emergências Médicas (UEM) atualmente
Área física (m2): 947
Leitos de Emergências: 3
Leitos UDT e AVC: 5
Leitos Emergências Pediátricas: 0
Leitos de Observações: 15

A UEM do projetos
Área física (m2): 2.183
Leitos de Emergências: 12
Leitos UDT e AVC: 8
Leitos Emergências Pediátricas: 3
Leitos de Observações: 15

Jornal Diário da Manhã

Postado em 08 março 2018 06:30 por JEAcontece
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