Crise financeira deve estar superada em 2023. Já em 2021 comprometimento de fluxo de caixa com o endividamento que está em R$ 800 mil mês cairá pela metade
Embora o momento ainda não seja de todo confortável financeiramente, a Eletrocar vai investir algo próximo de R$ 4,5 milhões em 2019. A confirmação é do diretor – presidente da empresa, Claudio Quadros. A maior parte do valor é em melhorias no sistema elétrico. Conforme o engenheiro, em 2018 a empresa cumpriu com as metas de Indicadores Coletivos de Continuidade (DEC e FEC) exigidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e estabelecidos para Companhia no contrato de concessão. No entanto, diante dos níveis de exigibilidade, para continuar dentro dos padrões estabelecidos, investimentos serão necessários. Conforme Quadros, serão investidos nos sistemas de proteção das redes, automatização da subestação e atualização de hardwares dos sistemas já utilizados pela empresa. A Eletrocar atende hoje a cerca de 39 mil unidades consumidores e o indicador de crescimento nos últimos anos tem oscilado entre 2,5% e 3% enquanto para o indicador correspondente ao consumo prospecta-se um aumento na ordem 5% neste ano.
Condição financeira
Sobre o endividamento da empresa, Quadros comenta que o exercício contábil referente a 2018 ainda está sendo contabilizado e os indicadores para serem apresentados em Assembleia devem estar compilados em fevereiro. O presidente revela que o fluxo de caixa ainda é altamente comprometido com o pagamento de dívidas. Conforme o diretor presidente, todos os meses, a empresa tem um comprometimento com o reparcelamento de tributos e empréstimos no valor aproximado de R$ 800 mil mês, mas que segundo o gestor, tem sido pagos dentro das datas e mês de competência de cada vencimento. Quadros revela que embora para cumprir com os compromissos ainda se tenha dificuldades, a tendência que se verifica é de que até metade deste ano, o fluxo de caixa volte a ser superavitário. Quadros revela, no entanto, que um “folego” mesmo, o financeiro da empresa tende a ter no ano de 2021, quando os financiamentos de valores mais expressivos terminam e o desembolso mensal deve cair pela metade. Já em 2023 o comprometimento com tais contas ficará em algo entorno de R$ 200 mil por mês, o que segundo Quadros, considerando a envergadura da empresa é valor aceitável.
PDI e locação de frota
Conforme o presidente da empresa, a intenção é de que durante o acordo para o dissídio dos servidores, o que ocorre em março, o tema Plano de Demissão Incentivada (PDI), seja colocado novamente em pauta. A pretensão da empresa é de que o prazo para adesão fique aberto de março de 2019 a março de 2020. No ano passado o plano teve a adesão de 8 colaboradores de um total de 11 que preencheriam os critérios de abrangência expostos no documento. Com tais adesões, segundo a direção da concessionária houve uma redução no empenho com folha de pagamento de pessoal na ordem de 5,6%. Na primeira edição do plano 75% dos servidores que aderiram eram eletricistas. Conforme Quadros, o plano de negócios da distribuidora para 2019 prevê uma redução dos custos com pessoal na ordem de 10%. Atualmente os custos com pessoal na Eletrocar ficam entorno de R$ 900 mil mês, considerando as remunerações com os encargos sociais. Outra meta para este ano na empresa é a locação de frota. Segundo o diretor administrativo e financeiro da empresa, Jonas Lampert, por mês, em média R$ 25 mil reais tem sido gastos com manutenção de veículos e outros R$ 20 mil em despesas com combustíveis. Com a locação, a empresa desfaz-se das despesas com manutenção e espera que com a frota nova e consumo menor, o desembolso com combustíveis também reduza. A ideia é de que sejam locadas 6 caminhonetes e 3 carros leves. Quadros explica que em um primeiro momento será feita uma experiência e caso a economia pretendida se confirme na pratica, ai então se procedera um leilão de veículos.
Enrijecimento com a inadimplência
Conforme o diretor administrativo e financeiro da empresa, Jonas Lampert, uma das estratégias da distribuidora pensando em melhorar o fluxo de caixa é intensificar o combate a inadimplência. Lampert comenta que embora o número tenha diminuído expressivamente nos últimos meses, a meta estabelecida para 2019 é chegar próximo de 0,1 % de inadimplência considerando os valores faturados. Conforme o contador, dentre as medidas esta levar a protesto os atrasos. Estratégias de endurecimento a fim de diminuir o quantitativo de consumidores que deixam para efetuar o pagamento da fatura pouco antes de expirar o prazo de vencimento de reaviso de suspensão de fornecimento também estão sendo pensadas.
Diário da Manhã
