Cálculo não usado por Petrobras apontou perda de 88,6 bilhões por corrupção

Postado em 30 janeiro 2015 07:06 por JEAcontece
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Número ficou fora do balanço porque metodologia não foi considerada adequada

O balanço do terceiro trimestre de 2014divulgado pela Petrobras na madrugada desta quarta-feira não levou em conta o cálculo que apontou para a perda de R$ 88,6 bilhões nos ativos da companhia por corrupção ligada à operação Lava Jato. O número não foi usado, de acordo com a presidente da estatal, Graça Foster, porque a metodologia que apontou o valor não foi considera adequada.

O estudo mostrou que os ativos com valor justo abaixo do imobilizado totalizaram R$ 88,6 bilhões de diferença a menor. Os ativos que apresentaram valor justo com diferença a maior frente ao imobilizado totalizaram R$ 27,2 bilhões. O resultado líquido entre os dois números originou a perda potencial de até R$ 61,4 bilhões. O montante corresponde a praticamente todo o lucro acumulado pela estatal desde 2012, que foi de R$ 58,191 bilhões.

“O amadurecimento adquirido no desenvolvimento do trabalho tornou evidente que essa metodologia não se apresentou como uma substituta ‘proxy’ adequada para mensuração dos potenciais pagamentos indevidos, pois o ajuste seria composto de diversas parcelas de naturezas diferentes”, sintetizou a companhia.

A divulgação do número, em um momento no qual o mercado aguardava o valor das perdas estimadas pela Petrobras com casos de corrupção, provocou maior turbulência sobre as ações da estatal. Por volta das 13h30, as ações preferenciais operavam em queda de 11,31%, sendo negociadas a R$ 9,02. As ações ordinárias caíam 11,51% e eram negociadas a R$ 8,53.

O montante de R$ 88,6 bilhões, não contabilizado, deverá passar por mudanças conforme sejam feitos ajustes nas métricas de avaliações implementadas pela Petrobras e por auditorias externas. De acordo com a estatal, o cálculo dimensiona eventuais perdas provocadas pelos casos de corrupção investigados na Operação Lava Jato, mas também deve levar em consideração variáveis como taxas de câmbio, mudanças nos projetos e até mesmo equívocos no planejamento desses projetos, entre outras razões.

No balanço divulgado, que levou em conta o período de julho a setembro do ano passado, apontou para um lucro líquido consolidado atribuído aos acionistas de R$ 3,087 bilhões, um recuo de 38% ante igual período de 2013. O Ebitda ajustado, por sua vez, foi de R$ 11,735 bilhões, o que representa uma queda de 28% ante o mesmo intervalo do ano anterior.

Perdas

Para chegar a esse número, a Petrobras e avaliadores internacionais independentes analisaram ativos que, juntos, tinham valor justo de R$ 188,4 bilhões, praticamente um terço do ativo imobilizado total da Petrobras, de R$ 600,1 bilhões. Fazem parte da lista projetos cujos contratos foram firmados entre a Petrobras e as empresas citadas na Operação Lava Jato entre 2004 e abril de 2012, período no qual o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa integrava a diretoria da estatal.

Os auditores externos responderam por 81% do ativo total avaliado. A análise dos outros 19% ficou sob a responsabilidade de equipes técnicas da Petrobras, “porém com total consistência metodológica e de premissas com o trabalho realizado pelos avaliadores independentes”, informou a estatal. O estudo mostrou que os ativos com valor justo abaixo do imobilizado totalizaram R$ 88,6 bilhões de diferença a menor. Os ativos que apresentaram valor justo com diferença a maior frente ao imobilizado totalizaram R$ 27,2 bilhões. O resultado líquido entre os dois números originou a perda potencial de até R$ 61,4 bilhões amplamente comentada por analistas em relatórios publicados na manhã desta quarta.

(Correio do Povo)

Postado em 30 janeiro 2015 07:06 por JEAcontece
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