O Brasil não precisa de estímulos monetários para avançar até chegar ao seu potencial de crescimento, avaliou ontem (17/04/12) um especialista do Fundo Monetário Internacional(FMI) em Washington. O vice-chefe do Departamento de Pesquisa da entidade, Thomas Helbling, disse que, da mesma forma que o país foi “ajudado” pelo desaceleração econômica mundial, será também impulsionado quando o resto do planeta voltar a crescer.
“No ano passado [2011], antes do desaquecimento da economia global superior ao esperado, o Brasil estava superaquecido, se beneficiando dos fluxos de capital, dos aumentos no preço das commodities e do rápido crescimento do consumo doméstico”, disse o especialista.
“De certa forma, o esfriamento da economia global ajudou o Brasil, no sentido de reduzir o tamanho do superaquecimento.”
Segundo Helbling, “há um sentimento de que novas políticas monetárias não são necessárias, porque a maior parte da ajuda para manter a economia crescendo perto do potencial virá da melhora da economia global”.
Crescimento abaixo da média regional
O FMI divulgou ontem (17/04/12) suas projeções para a economia global, contidas em seu relatório Panorama Econômico Mundial (World Economic Outlook).
Para o Brasil, as previsões são de um crescimento econômico de 3% esse ano — abaixo da média latino-americana de 3,7% — e de 4,1% em 2013.
“A economia crescendo 4,1%, ficará mais perto do seu potencial de crescimento, ou até um pouco acima”, disse Helbling a jornalistas.
Para a economia global, o FMI aumentou a previsão de crescimento de 3,3% para 3,5% em 2012. As razões da melhor expectativa foram a retomada, ainda tímida, do crescimento nos EUA e a efetividade das medidas de liquidez tomadas pelo Banco Central Europeu para combater a crise.
Entretanto, o diretor do Departamento de Pesquisas do FMI, Olivier Blanchard, disse que a economia global vive um momento de “calma nervosa”, e que “a qualquer momento as coisas podem piorar”.
Qualquer mudança no panorama da atividade global quase certamente levaria a uma mudança nas projeções para o Brasil, afirmaram os especialistas do Fundo.
Fonte: BBC Brasil