TAPERA – Transformar dejetos animais – de suínos, bovinos, frangos de corte, resíduos do beneficiamento de grãos, “sobras” orgânicas da alimentação humana, glicerina (sub produto na fabricação de biodiesel), outros restos de vegetais e animais em biogás e com este gerar energia elétrica e térmica. Este é o objetivo de um projeto em estudo pelo engenheiro agrônomo José Eraldo Gregory, da ETA Planejamento Ltda.
Para tanto, ele participou de curso realizado pela Itaipu Binacional e vem estudando o assunto há bastante tempo. Além disso, está tentando estabelecer uma parceria com alemães que detém hoje a melhor tecnologia na área de biodigestão. Por isto, estiveram em Tapera, na semana passada, os alemães Horst Schmidt, Otto Niemeier e Werner Molembruck, como primeira visita de estudo da viabilidade econômica e conhecer alternativas de matéria prima disponíveis no município e região que poderão ser usadas.
Foram feitas visitas a terminadores de suínos e UPLs para aproveitamento de dejetos.
Diferente de quando se produz energia a partir dos ventos (energia eólica), do sol (energia solar), a energia produzida a partir dos dejetos de animais liberta o meio ambiente de um passivo ambiental, ou seja, um agente poluidor em potencial; o vento e o sol por si só não poluem, mas os dejetos animais foram e ainda são grandes poluidores tanto do ar, dos mananciais de água, do solo.
Quando se produz biogás está se evitando a emissão de gases efeito estufa, pois ele é constituído basicamente de metano (CH4), dióxido de carbono (CO2) e gás sulfídrico (H2S); o metano tem efeito estufa 23 vezes maior do que o dióxido de carbono; por este motivo é que muitas vezes o biogás é apenas queimado num flare transformando com esta queima o CH4 em CO2.
O projeto de Gregory visa usar o biogás num motor de combustão interna para acionar um gerador e produzir energia elétrica e térmica. Com a nova legislação da ANEEL é possível comercializar a energia elétrica excedente como qualquer outro grande gerador, acoplando devidamente nas redes de distribuição. Além disso, sobra ainda um biofertlizante de melhor qualidade, sem odores que num passo seguinte, será desidratado, granulado para ser distribuído com uniformidade nas lavouras e com acentuada redução de volume.
José Eraldo Gregory levou os alemães e seu projeto para que o prefeito de Tapera, Ireneu Orth, o conhecesse. Após a visita ao prefeito e ao interior do município e da região, os visitantes quiseram conheceram a cidade.
