As obras de misericórdia corporais

Postado em 09 janeiro 2016 07:53 por JEAcontece
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Dom Adelar Baruffi
Bispo de Cruz Alta

“Sede misericordiosos, como vosso Pai do céu é misericordioso.” (Lc 6, 36). A certeza de que nosso Deus é Pai misericordioso é uma das verdades centrais de nossa fé cristã. O modo como Deus é e age tem a marca da misericórdia. Porém, o Ano da Misericórdia quer nos educar para uma vida marcada pela misericórdia, por isso: “sede misericordiosos”, ou “bem-aventurados os misericordiosos” (Mt 6,7). A Tradição da Igreja convencionou apresentar sete obras de misericórdia corporais e sete obras de misericórdia espirituais. Tratarei, hoje, das obras de misericórdia corporais, mostrando como, para cada uma delas podemos viver a compaixão.

Dar de comer a quem tem fome. A comida é uma necessidade humana básica. A existência de pessoas que passam fome é um escândalo para a humanidade. As iniciativas sociais e, em nossa Igreja, para dar de comer aos famintos, são muitas. Disse Jesus: “Eu estava com fome e vocês me deram de comer.” (Mt 25,35).

Dar de beber a quem tem sede. Trata-se mais do que oferecer um copo d´água. Diz nosso Papa que “o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal.” (Laudato Si, 30).

Vestir os nus. Quanto desperdício na compra de roupas desnecessárias! Vê-se muita generosidade na doação de roupas e agasalhos. Isto é bom. Melhor se nos educássemos, como nos diz o Papa para a “sobriedade feliz” (LS 224), não sendo “consumistas desenfreados” (LS 227). Afinal, disse Jesus: “Por que vocês ficam preocupados com a roupa?” (Mt 7,28).

Acolher os peregrinos. Esta é uma atitude bíblica muito estimada. No livro do Gênesis, conta que Abraão e Sara, ao acolherem os três peregrinos, acolheram o próprio Deus e foram abençoados com o filho que tanto esperavam. Hoje, abrir as portas para acolher os migrantes é um desafio sobretudo para as sociedades mais industrializadas. Não pode um cristão e nossas comunidades ter preconceitos para acolher os que são obrigados a migrar em busca de melhores condições de vida para suas famílias.

Visitar os enfermos. Os relatos dos evangelhos nos mostram Jesus muito envolvido, próximo dos enfermos. Ele os tocava e os curava. Os cristãos têm uma longa tradição de cuidado com os doentes e idosos. Quantas vidas doadas, ontem e hoje, pelos enfermos, muitas no anonimato. Bela é a missão da pastoral que visita os doentes.

Visitar os presos. Em primeiro lugar, é preciso desarmar-se de preconceitos e julgamentos. Ao visitar os presidiários expressamos e oferecemos a misericórdia de Deus, que vai além da justiça, e continua a amar a pessoa, mesmo no erro e no pecado.

Enterrar os mortos. No Livro de Tobias encontramos o seguinte: “Tobit com uma solicitude toda particular, sepultava os defuntos e os que tinham sido mortos.” (Tb 1, 20). Mas, sobretudo, trata-se de auxiliar os familiares e amigos a elaborarem o luto, sendo suporte neste momento difícil, partilhando as palavras de Jesus sobre a Ressurreição.

Enfim, neste Ano da Misericórdia, “abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda.” (Papa Francisco, O rosto da misericórdia, 15).

Postado em 09 janeiro 2016 07:53 por JEAcontece
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