OPINIÃO – As intempéries que volatilizam a cotação da oleaginosa

Postado em 01 fevereiro 2013 07:39 por JEAcontece
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O clima voltou a ser a peça fundamental na produção de grãos desta nova safra de verão. Após um começo promissor, principalmente no cultivo da oleaginosa, onde foram registradas excelentes chuvas que muito bem desenvolveram a fase inicial da planta, a preocupação voltou a tomar o semblante dos produtores das principais regiões do país.

A perspectiva de uma colheita recorde de soja está indo ralo abaixo pela escassez de chuvas no sul da América do Sul e pelo excesso da mesma, no norte do centro-oeste, onde a colheita já iniciou. Infelizmente o clima está invertido.

Perdas já estão sendo registradas e isso faz com que as principais consultorias privadas do mundo revisem seus números de produtividade e calculem novos patamares nos preços. A Oil World, uma das mais conceituadas fornecedoras de informações do mundo, já estipula que os preços do mercado futuro com vencimento em maio de 2013, pode subir ainda mais.

O foco dessa alta estaria baseado em dois principais fatores. A logística deficiente no Brasil e o clima adverso prejudicando o desenvolvimento e a colheita dos grãos.

O fator logístico influencia diretamente no atendimento geral da demanda mundial. A deficiência de transportes, armazenamento e escoamento no país, faz com que as compras se voltem novamente aos Estados Unidos, que vale lembrar, sofreu com uma das piores secas da sua história, colhendo uma safra que reduziu drasticamente os estoques mundiais de grãos.

Na formação da cotação nacional da oleaginosa, as atenções voltam-se agora à volatilidade do dólar. A cotação da moeda norte-americana rompeu o patamar dos R$ 2 durante a semana, já que o banco central entrou vendendo a moeda, favorecendo o setor importador. Lembrando que a cotação do mesmo é fator multiplicador na hora da formação final do preço da saca de 60 kg do grão.

As vendas antecipadas do produto já ultrapassaram os 50% no Brasil e isso retrai as comercializações do que está sendo retirado aos poucos das lavouras. As indústrias de mercado interno também se colocam de forma retraída e aguardam um maior número de ofertas pensando na pressão dos preços.

Pois bem, vida que segue. Um olho no céu, outro nas atitudes governamentais. Com isso a aventura na produção continua.

Não poderia deixar de registrar na coluna desta semana o meu pesar sobre a pior tragédia já vista em solo gaúcho e uma das piores mundiais. A dor é muito grande, principalmente para quem, como eu, tinha parentes envolvidos na catástrofe. Fica o consolo de que todos esses jovens partiram para um lugar melhor e continuarão brilhando com seus sorrisos, simpatias e alegrias.

Por João Pedro Corazza
Gerente Comercial de Negócios de Commodities da Agroinvvesti

Postado em 01 fevereiro 2013 07:39 por JEAcontece
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