A criação de uma nova vilã?

Postado em 17 janeiro 2013 08:17 por JEAcontece
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João Pedro Corazza
Gerente Comercial de Negócios de Commodities da Agroinvvesti

Como se já não bastassem todas as dificuldades para se produzir no Brasil, novas leis impostas pelos governantes estão ajudando a criar mais um empecilho na lucratividade do setor.

Depois da criação dos impostos, seja ITR (Imposto Territorial Rural) ou o próprio Funrural, outro dilema está fazendo aumentar o custo do mercado consumidor e diminuir a margem da produtividade.

A nova lei imposta ao setor logístico está encarecendo cada vez mais os fretes. Em apenas uma semana foi registrada alta de mais de 20% no preço do transporte dos grãos, isso que o forte da safra nem iniciou.

De acordo com a lei, os motoristas deverão ter repouso de no mínimo 11 horas por dia, além do descanso de 30 minutos a cada quatro horas ininterruptas de direção. O tempo máximo de direção diária será de 10 horas e a fiscalização será baseada no tacógrafo.

A regra vale para motoristas que transportam cargas superiores a 4.536 quilos, profissionais do transporte escolar e de passageiros em veículos com mais de dez lugares. A punição prevista é apreensão do veículo, multa de R$ 127,69 e perda de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação.

Os problemas na infraestrutura e na logística do país já são conhecidos há tempos. A armazenagem é muito deficiente e os meios de escoamento, nem se comenta. Só para se ter uma ideia, a densidade ferroviária, que poderia ajudar no deslocamento da produção, principalmente do centro-oeste, não passa dos 3,4 mil quilômetros quadrados. Nos Estados Unidos, país exemplo na rentabilidade mundial, esses números chegam a quase 30 mil quilômetros quadrados. O frete fica menor e a margem de lucratividade maximiza, tanto para vendedor quanto para comprador.

A lei não é perfeita, mas traz avanços para o bem estar do motorista. O principal objetivo é a diminuição dos acidentes. Porém, outra dúvida que fica no ar são os pontos de paradas para descanso. É muito raro encontrar um local adequado para o repouso. O perigo não deixa de ser eminente.

Portanto, uma nova vilã parece estar sendo criada. Essa mudança nos meios de transporte ocasionará também em uma possível inflação nos alimentos. Os estoques de segurança dos produtos terão que ser aumentados, para que não faltem mercadorias, o que vai onerar o capital de giro das indústrias. Já para o produtor, grande parte da margem será destinada ao frete, diminuindo o preço final da sua venda.

Postado em 17 janeiro 2013 08:17 por JEAcontece
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