Assassinatos em Não-Me-Toque e Victor Graeff têm ligação com o crime organizado e disputa por território

Postado em 06 março 2021 07:58 por JEAcontece
15.292.411/0001-75

A Polícia Civil de Não-Me-Toque se debruça sobre as investigações dos três homicídios registrados nas últimas semanas em Não-Me-Toque e, também, em Victor Graeff.

O primeiro homicídio aconteceu no dia 9 de fevereiro, no bairro Santo Antônio, onde Diones Barbosa de 36 anos, foi encontrado morto a tiros no pátio da própria residência. De lá para cá, mais dois assassinatos foram registrados. As autoridades acreditam que todos estejam ligados.

No dia 26 do mesmo mês, aconteceu o segundo homicídio. Desta vez, Gabriel Amaral Grevenhagen, conhecido popularmente por Binão, de 23 anos, foi morto também com vários disparos de arma de fogo na porta da sua casa, na rua Edgar Antônio Fritzen, no Bairro Santo Antônio, por volta da 1h. No local os policiais da Brigada Militar encontraram o homem já sem vida.

E na terça-feira (3), por volta das 22h, André da Silva Maciel, de 26 anos, foi morto com diversos tiros dentro de casa, e na presença da mulher e dos enteados, no município vizinho de Victor Graeff. Dois homens encapuzados o teriam executado. Fazia cerca de uma semana que ele e seus familiares haviam mudado de Não-Me-Toque. André era natural de Carazinho e tinha registro de passagens pela polícia. Era conhecido da polícia por ter envolvimento com tráfico de drogas.

Na mesma noite da sua execução, a BM encontrou um carro em chamas na Linha Jacuí, a 200 metros da ERS 223. As autoridades acreditam que o veículo tenha sido usado pelos criminosos que realizaram a execução de André.

Em entrevista para a Rádio e Jornal A Folha, o delegado Gerri Adriani Mendes, titular da Delegacia local, afirmou que familiares dos falecidos fazem de tudo para ocultar informações, dificultando as investigações.

— Nós temos aqui, famílias envolvidas com o crime organizado, familiares envolvidos também com atividades de tráfico de drogas — disse Gerri sobre os envolvidos.

O delegado ainda revelou para a reportagem que havia dito para os familiares da primeira vítima que a apuração do delito e consequentemente a punição dos autores dependia muito da colaboração dos mesmos em não sonegar informações e, muito menos, alterar a cena do crime. Tendo no primeiro momento uma concordância, porém, os fatos seguintes mostraram que não havia empenho nenhum, pelo contrário. Houve alteração da cena, retirada de objetos e substâncias do local.

— Mentiram, desapareceram com provas importantes, instrumentos de provas importantes. Talvez, se não tivessem agido assim em relação ao primeiro crime, os outros dois não tivessem acontecido — confirmou o delegado.

Além disso, as autoridades de segurança pública trabalham na questão voltados às organizações criminosas, com a linha investigatória bem delineada e avançam nas investigações. Todos que dificultaram e obstruíram o trabalho dos agentes policiais, agora serão criminalmente responsabilizados pela lei.

— É notório e sabido que, de um tempo para cá, as organizações criminosas que atuavam na região Metropolitana em Porto Alegre, passaram a atuar no interior. Isso é notório, é de conhecimento público e a nossa região aqui, tendo em vista a pujança econômica, obviamente, é visada. Numa cidade pequena como Não-Me-Toque, com uma população inferior a 20 mil habitantes, os crimes graves estão normalmente vinculados a comandos e ações de pessoas de fora da cidade — apontou o Gerri, sobre a atuação de facções no município, confirmando que grupos ilícitos já atuam infiltrados na comunidade.

Para finalizar, o delegado disse que, se existe tanta violência e crimes como esses, é porque a demanda por drogas é grande em Não-Me-Toque. Ou seja, as pessoas que consomem drogas acabam contribuindo para o crime organizado.

Gerri, afirma que os acontecimentos das últimos dias “é um ponto fora da curva”, e que as instituições estão trabalhando e continuam usando todos os meios necessários para que a comunidade de Não-Me-Toque e Victor Graeff vivam da forma mais pacifica e benéfica na questão da segurança.

— É importante salientar que, tudo isso que está acontecendo nos deixa um questionamento. Ora, se há uma briga intensa, tão forte como essa por questões de território para tráfico de drogas, qual a quantidade de drogas ilícitas que é consumidas aqui?

Alertou as famílias para o fato. Se existe uma intensa disputa por território para o comércio de ilícitos, é porque o tráfico é intenso. Fazendo com que mais e mais pessoas se envolvam e terminem fomentando a prática de crimes, como esses homicídios.

Assegurou que este é o momento em que as pessoas devem refletir sobre o tema. Os órgãos de segurança pública continuam trabalhando para que seja reestabelecida a ordem em todos os sentidos. As famílias devem cuidar dos seus filhos e parentes.

A Folha

Postado em 06 março 2021 07:58 por JEAcontece
15.292.411/0001-75
TAPERA TEMPO

Desenvolvido com 💜 por Life is a Loop