Após “espelhar” aplicativo da vítima, criminosos mandam mensagens a contatos solicitando depósitos bancários

Na última semana, uma santa-cruzense de 25 anos, moradora do Bairro Arroio Grande, foi vítima deste golpe. Por telefone, uma mulher entrou em contato a partir de uma linha com o DDD 48 (de Santa Catarina) e perguntou se ela já teve Covid-19, se algum familiar também já contraiu a doença e quantas pessoas moram na casa, entre outras perguntas. Por fim, para “confirmar a participação na pesquisa”, foi enviado para o celular da vítima, via SMS, um número dito como “de protocolo”, que ela deveria informar à interlocutora.

Quando o fez, a santa-cruzense teve seu WhatsApp clonado pela golpista, que passou a enviar mensagens aos amigos da vítima pedindo valores via transferência. “Meu WhatsApp caiu. Então eu comecei a receber ligações e mensagens no Instagram de amigos que me questionaram se eu realmente precisava do valor”, contou a mulher, que preferiu não ter o nome revelado. Os depósitos solicitados em conta variavam de R$ 2 mil a R$ 3 mil.

“Desconfiem até da própria sombra”
O tal número de protocolo enviado é, na verdade, o código de ativação de conta do WhatsApp. O aplicativo só funciona em um aparelho telefônico por vez, além de ser espelhado na interface do WhatsApp Web, pelo computador. Por isso, quando a pessoa troca de smartphone e deseja ativar seu Whats no aparelho novo, o aplicativo envia um código numérico por SMS e ela própria tem de informar o número para completar a autenticação. Com isso, o login no telefone antigo é desfeito. “Quando ela me perguntou pelo telefone qual o código que eu havia recebido, eu falei. E foi assim que ela tomou a minha conta”, relatou a santa-cruzense.

Conforme o delegado Alessander Zucuni Garcia, a falsa pesquisa sobre a Covid-19 é uma nova maneira encontrada para aplicar um golpe que já é relativamente antigo. “A clonagem de WhatsApp é fato recorrente. Com essa história de pesquisa da Covid-19, no entanto, ainda não havia tomado conhecimento”, relatou.

A santa-cruzense que caiu no golpe comemora que os amigos, desconfiados, não efetivaram os depósitos. Ela faz um alerta à comunidade. “Registrei um boletim de ocorrência na Delegacia Online. Somente uma hora depois consegui recuperar meu WhatsApp. Felizmente, nenhum amigo depositou valor em conta. Meu conselho é para as pessoas desconfiarem até da própria sombra e não repassarem qualquer tipo de informação a estranhos por ligação ou mensagem.”

GAZ