PASSO FUNDO – Mesmo à distância, professores e estudantes permanecem conectados

Postado em 06 abril 2020 06:15 por JEAcontece
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Acadêmicos e professores da UPF compartilham suas experiências positivas com as aulas não presenciais utilizando diferentes ferramentas e mantendo uma rotina de estudos

Desde a suspensão das aulas presenciais, em virtude da pandemia de Covid-19, a internet tem sido o grande ponto de encontro entre os milhares de estudantes da Universidade de Passo Fundo (UPF) e seus professores. Usando diferentes metodologias e uma boa dose de criatividade, docentes e discentes têm mantido sua rotina de estudos com aulas on-line, que ocorrem nos mesmo dias e horários em que seriam as presenciais, dando continuidade ao calendário acadêmico e mantendo em dia o aprendizado. Apesar das adaptações necessárias, muitas experiências positivas vêm mostrando que, mesmo cada um estando em sua casa, é possível fazer com que a Universidade continue produzindo conhecimento.

Nos últimos semestres do curso de Jornalismo, a acadêmica Lauriane Agnolin é um desses exemplos. Em Serafina Corrêa, ela segue com as aulas on-line e garante que tem sido uma boa experiência, apesar de sentir falta da interação presencial com os colegas e professores. “A preocupação e disponibilidade que os nossos professores demonstram durante esse período está sendo fundamental para conseguirmos conduzir o semestre da melhor maneira, dentro do que nos é possibilitado no meio digital”, comentou. Para a estudante, saber que os professores estão disponíveis e ao lado dos alunos faz com que seja mais fácil de conduzir a incerteza e as dúvidas a respeito de como serão os próximos meses.

Homenagem
Quem também teve uma experiência positiva com as aulas não presenciais foi a acadêmica do curso de Ciências Contábeis da UPF Sarandi Luana Poncio. Tanto que ela resolveu usar suas redes sociais para prestar uma homenagem aos professores. “Eu queria muito agradecer aos meus professores que respondem por e-mail, Whatsapp, e que criaram várias formas de nós termos essa comunicação com eles. É algo que é muito gratificante, saber que você tem uma assessoria, que você não está sozinho”, disse.

Segundo a acadêmica, toda essa situação é muito nova e foi difícil no começo, já que se considera uma pessoa que questiona muito e que gosta de ter um contato mais próximo com os professores para tirar dúvidas. “Nesses três anos que eu estou na UPF eu nunca tinha tido a oportunidade de vivenciar ferramentas que a Instituição oferece como o Moodle, foi algo muito novo para mim. E eu agradeço muito meus professores por ampliarem minha visão para essas questões e por eles estarem prestando essa assessoria nos mais diferentes espaços. É um momento de crise, mas eu acredito que tudo vai passar e com certeza seremos grandes profissionais e vamos contribuir com a sociedade com todo o conhecimento que a UPF nos proporcionou”, completou.

Nova forma de ensinar em tempos de Coronavírus
O desafio e as experiências positivas aparecem também para os professores. Docente do curso de Medicina Veterinária, o professor Dr. Leonardo José Gil Barcellos tem utilizado diferentes ferramentas de forma gradual para as aulas. “Minha experiência está sendo a melhor possível. Chamou muito atenção o quanto a gente resistiu a usar esses recursos por muito tempo e agora a necessidade se impôs e todo mundo, então, conseguiu aprender. Acho que isso inclusive vai provocar uma revolução do ensino, com o uso um pouco melhor do ensino da semipresencialidade em algumas disciplinas e algumas tarefas”, disse.

Conforme Barcellos, que possui turmas ingressantes no curso, os estudantes são muito jovens e por isso dominam muito bem as ferramentas digitais. “É uma juventude acostumada, alguns não têm nem 18 anos, a grande forma de contato deles é pelo whatsapp, então montamos grandes grupos para cada turma, gravando áudios, vídeos, encaminhando materiais e explicando. O início foi assim, depois gradativamente iniciamos com o Google Meet e funcionou muito bem, com um índice de presença muito bom. É importante destacar que não é simplesmente mandar o material, mas saber se o aluno está acessando, se está entendendo. O principal, para esse momento, é encontrar uma forma de os estudantes terem contato, e tenho tido um grau de reciprocidade enorme. Estamos muito próximos, mesmo estando a distância”, explicou.

Para a professora dos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo, Me. Renata Reinehr, o ensino de forma online tem sido desafiador. “Tenho usado o Loom, ferramenta do Google Chrome para gravar as aulas, o que facilita que os estudantes passem a assisti-las a qualquer horário e além de tudo dá uma boa fluidez nas aulas. Como minhas disciplinas todas envolvem cálculo, tenho usado uma mesa digitalizadora para fazer os cálculos passo a passo, explicando e facilitando seu entendimento”, contou. A professor ainda faz reuniões com os estudantes no Google Meet para tirar dúvidas, algo que funcionou e teve um bom retorno dos estudantes. “Tenho recebido muitos feedbacks positivos, o que mostra que estamos no caminho certo. Esses dias têm sido de muito aprendizado para mim também, acho que essa é a palavra, aprendizado. Consegui me reinventar com tudo isso! Tenho orgulho de fazer parte desse time que é a UPF, onde fui aluna e hoje sou professora!”, destacou.

A experiência de ensinar de forma online, tem exigido criatividade e dinamismo para os professores. Conforme o professor do curso de Filosofia, Dr. Gerson Luis Trombetta, quando se fala sobre a questão técnica, estão sendo utilizados bom mediadores, como Google Classroom e Google Meet, além de outros aplicativos como Youtube para as aulas. Mas para o professor, a questão fundamental é que o ensino pedagógico exige uma readaptação da forma de ensinar. “Não é só substituir a presencialidade pela forma online, porque o professor tem que se preocupar com a dinâmica do processo ensino-aprendizado, pois sabemos que a capacidade de concentração fica menor, porque nas aulas presenciais temos uma série de recursos para chamar atenção do estudante e no meio virtual não temos esses mecanismos”, comenta.

Segundo Trombetta, sua forma de ensinar nesse período da quarentena aborda três questões pedagógicas fundamentais. “A primeira é que os encontros têm que ser mais curtos, porque é o tempo que a concentração permite; o segundo, é que é muito importante ter esses encontros em que a turma inteira possa estar junto, para que possam se enxergar, ter um espírito de solidariedade que é muito importante cultivar; e a terceira, é que temos que gravar as aulas, porque muitos têm conexões instáveis, então podem acessar o conteúdo de forma posterior. Também podemos utilizar para o ensino de forma complementar atividades de leitura, memorização, fixação, não utilizando o tempo inteiro com o encontro virtual, porque se torna muito cansativo para o estudante”, finalizou.

Conhecimento além-fronteiras
Enquanto as fronteiras entre os países seguem fechadas, a internet também possibilita que o conhecimento chegue aos mais diferentes cantos do mundo. Um grupo de alunos do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) utilizou os recursos disponíveis para realizar um bate-papo com um dos colegas que está na França, onde realiza doutorado sanduíche. Regiano Bregalda está em Paris desde setembro de 2019, estudando na École des hautes études en sciences sociales (EHESS). Lá, ele desenvolve uma pesquisa relacionada à temática da formação do sujeito, tendo como base o pensamento do filósofo francês Paul Ricoeur. Na última semana, ele contou um pouco dessa experiência para os colegas do PPGEdu. Bregalda enfatizou a sua relação com as atividades de estudo e pesquisas na instituição francesa, o contato acervo bibliográfico inédito do autor que está estudando e a construção de parcerias com pesquisadores que poderão ser mantidas após o seu regresso ao Brasil, reforçando as políticas de internacionalização do PPGEdu.

De acordo com Junior Buffon Centenaro e Marcelo Nolli, atuais representantes discentes do PPGEdu, e responsáveis por organizar o bate-papo, a ação foi uma forma de promover a integração entre discentes e docentes do Programa em tempos de isolamento social. “Mesmo que a proximidade virtual não encurte a distância real, esse momento de bate-papo e de escuta sobre a experiência de Regiano deu indicativos positivos acerca das possibilidades que a tecnologia pode promover em situações de isolamento social como as que vivemos”, ressaltaram.

Assessoria de Imprensa Universidade de Passo Fundo

Postado em 06 abril 2020 06:15 por JEAcontece
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