Mais de mil mulheres morreram por câncer de mama na região Norte nos últimos dez anos

Postado em 14 outubro 2019 16:04 por JEAcontece
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O diagnóstico precoce por mamografia ainda é uma das principais formas de prevenção

A região Norte do Rio Grande do Sul (RS) registrou 1.184 mortes por câncer de mama nos últimos dez anos, conforme dados do DataSUS. Esses números colocam a região na quarta posição com mais óbitos das seis macrorregiões de saúde do estado, nesta última década. O câncer de mama é o mais incidente e a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres no Brasil. Apesar das inúmeras campanhas, que são extremamente necessárias, as mortes e a incidência crescem a cada ano. O diagnóstico precoce por mamografia ainda é uma das principais formas de lutar contra esse câncer.

São quase 60 mil novos casos por ano de câncer de mama e cerca de 15 mil mortes no país. Nos últimos dez anos, o câncer de mama matou 12,7 mil mulheres no Rio Grande do Sul, cerca de 1,1 mil mortes por ano, conforme dados do DataSUS. Passo Fundo, maior cidade da região Norte do RS, registrou cerca de 233 mortes neste mesmo período. “O Rio Grande do Sul está entre os estados com mais alta incidência de câncer de mama, junto com São Paulo e Rio de Janeiro. As causas são múltiplas, desde a rápida urbanização e maior longevidade; hábitos de vida como tabagismo, sedentarismo, obesidade, alimentação, gravidez tardia e não amamentar; fatores genéticos; e fatores ambientais como poluição”, analisa o oncologista clínico do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN) de Passo Fundo, Dr. Alvaro Machado.

Mamografia
A mamografia é o exame recomendado para diagnosticar o câncer de mama precocemente e reduz a mortalidade em 20%. A faixa etária mais acometida é entre 50 e 65 anos, mas a partir dos 40 anos o índice já começa a ser significativo. “Recomendamos a mamografia, para mulheres de risco habitual, a partir dos 40 anos de idade até os 70 anos. A partir daí, deve-se considerar individualmente o risco e benefício. Para mulheres com alto risco para desenvolver câncer de mama as recomendações baseiam-se no risco individual”, informa Machado.

Pesquisa da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) apontou que o percentual de cobertura mamográfica de 2017 nas mulheres da faixa etária entre 50 e 69 anos, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi o menor dos últimos anos. Em 2017, eram esperadas no Brasil 11,5 milhões de mamografias, mas foram realizados apenas 2,7 milhões de exames, o que representa uma cobertura de 24,1%, muito abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na macrorregião Norte do Rio Grande do Sul (147 municípios), por exemplo, foram feitas 34 mil mamografias nesta faixa etária, segundo dados do DataSUS. Passo Fundo, realizou de 3,3 mil mamografias. “O câncer de mama é o mais incidente na população feminina e, por isso, a mortalidade é grande. Falta muita prevenção. Em Passo Fundo, cerca de 20 a 30% das mulheres com indicação de mamografia estão fazendo, mas outras 70% não”, comentou o também oncologista do CTCAN, Dr. Alex Seidel.

Fatores de risco genéticos/hereditários
Os fatores genéticos/hereditários também aumentam o risco de câncer de mama: história familiar de câncer de ovário; casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos; história familiar de câncer de mama em homens; e alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2. “Algumas mulheres possuem risco muito mais elevado para desenvolvimento de câncer de mama ao longo da vida, chegando a 85% de chances de desenvolver a doença ao longo da vida, dependendo do gene afetado”, revela a médica geneticista do CTCAN, Dra. Daniele Konzen.

A suspeita de hereditariedade e indicação para avaliação genética deve surgir especialmente em diagnósticos de câncer de mama em idade mais jovem do que o esperado (pré- menopausa), câncer em vários membros da família ou vários tipos de câncer na mesma pessoa, além de tipos raros de câncer.

Cerca de 10% das mulheres diagnósticas com câncer de mama são portadores de alterações genética hereditárias que predispõe ao câncer. “A identificação desses pacientes permite a adoção de medidas preventivas, redutoras de risco, que diferem das recomendadas para a população geral, além de exames de rastreamento individualizados”, comenta Daniele.

A médica geneticista lembra ainda que homens também podem desenvolver câncer de mama. “Apesar de incomum, os homens têm grandes chances de serem portadores de alterações genéticas, o que é também de grande importância para o diagnóstico e prevenção de suas filhas, irmãs e outras mulheres da família”, destaca a médica.

Outubro Rosa
O mês de conscientização para o câncer de mama é outubro. O CTCAN, em parceria com outras entidades, também realizará atividades para incentivar a prevenção da doença. Os médicos do CTCAN participam de uma série de palestras em empresas, hospitais, clubes, entre outras instituições de Passo Fundo e região, para falar sobre o tema.

Postado em 14 outubro 2019 16:04 por JEAcontece
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