Google diz que brasileiro nunca pesquisou tanto por protestos

Postado em 03 julho 2013 07:37 por JEAcontece
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O mês de junho foi marcado por protestos efusivos pelo Brasil, e uma das frases mais ouvidas nas ruas ecoava que “O Gigante acordou”. A julgar pelo interesse do público manifestado na ferramenta de buscas do Google, a afirmativa procede.

Desde 2004, data do registro mais antigo no Google, nunca se buscou tanto pelos termos “protestos” e “manifestações” na internet nacional. Segundo a ferramenta Google Trends, que reúne a quantidade de menções, o interesse pelas palavras disparou até 100 vezes.

Confira:

Para Gabriel Rossi, estrategista de marketing digital e político, o cenário reflete um momento único na conjectura política em paralelo ao aumento da penetração da banda larga. “Historicamente, sempre se procurou mais entretenimento do que política, mas agora isso mudou. E acredito que a busca por política não irá voltar mais ao que era antes”.

O contexto no qual o país mergulhou também impulsionou pesquisas por termos relacionados a modelos de governança, alguns deles radicais, como “fascista”, “anarquia” e “ditadura”. A alta foi expressiva em relação a outros momentos do ano. Veja:

Para Rossi, o interesse repentino justifica-se por dois motivos: “Política, no Brasil, é feita de militante por militante. E, como aqui muitas das mídias falaram sobre esses termos, o interesse cresceu. Costumo dizer que o que acontece na internet é uma ‘disputa colaborativa em torno de pautas'”.

Até mesmo o vinagre, símbolo de desentendimentos entre a polícia e manifestantes que queriam utilzá-lo para amenizar o efeito do gás lacrimogênio, ficou mais popular:

O “Movimento Passe Livre”, organizador das manifestações contra o aumento da tarifa nos ônibus e metrôs, existe há oito anos, no entanto, só agora ganhou mais destaque:

Dilma Roussef também foi mais acionada pelos internautas. Em junho, as pesquisas pelo nome da presidente no Brasil e em outros países cresceram até 25 vezes.

Aqui, alguns dos termos mais procurados, segundo o Google, foram “Dilma vaiada”, “Dilma internet”, “Dilma impeachment” e “Dilma pronunciamento”.

“A Dilma é a representação máxima da política no Brasil. É natural que o interesse caia todo sobre ela”, reflete Rossi. Ainda é curioso notar o crescimento das buscas por “Dilma Bolada”, uma paródia online da presidente. “Por usar pouco as redes sociais, Dilma deixou um vazio de comunicação direta com os eleitores brasileiros — e o espaço acabou sendo preenchido por perfis como a ‘Dilma Bolada'”, diz.

O Anonymous, grupo de hacker envolvido em questões sociais, também cresceu. Um dos possíveis motivos para isso é a associação do grupo com a máscara de Guy Fawkes (de “V de Vingança”), muito utilizada em protestos ao redor do mundo.

Rossi considera importante o papel do Google em momentos como este. “Ele [ o Google] tem uma influência direta, é claro. No entanto é muito importante checar as informações que chegam pela internet. E vale lembrar que, normalmente, quando pessoa vai procurar algo, ela já tem uma opinião prévia, muitas vezes construída por suas redes de amigos no Facebook e em outros lugares”, comenta.

(Olhar Digital)

Postado em 03 julho 2013 07:37 por JEAcontece
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