Com tendência para entrada da doença em setembro no Rio Grande do Sul, de acordo com Ministério da Saúde, imunização é fundamental para evitar mais casos de contaminação no país

Inicia nesta quinta-feira (11) o censo vacinal da febre amarela no interior da região Norte do Rio Grande do Sul. Apesar da última morte de animais silvestres ter ocorrido entre 2008 e 2009, o Ministério da Saúde indica que a doença pode chegar ao Estado a partir de setembro.

No Brasil, são 14 mortes por contaminação da febre amarela em 2019. O caso mais recente e próximo ocorreu em Santa Catarina, em março, onde um homem de 36 anos foi vítima fatal em Joinville.

Segundo o Ministério da Saúde, foram 81 casos confirmados de febre amarela em todo o país. Assim, a região Norte do RS se mobiliza para a cobertura vacinal.

De acordo com a 6a Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), sediada em Passo Fundo, são 224.164 doses a serem distribuídas pela região. A vacina está disponível para crianças a partir dos 9 meses de idade até os 59 anos. Portadores de doenças crônicas, idosos e menores de 9 meses não podem receber a vacinação.

O censo vacinal, que vai ocorrer durante o mês de julho, na área rural do município de Passo Fundo, procura identificar os não vacinados e atualizar sua situação vacinal, segundo as normas técnicas. Todos os moradores da área rural deverão passar por uma reavaliação, de forma criteriosa. Para isso é necessário comparecer no ambulatório no dia agendado na comunidade para realizar essa avaliação da situação vacinal de toda família portando carteira de vacinas, cartão SUS e CPF.

De acordo com a enfermeira da vigilância epidemiológica da 6ª CRS, Daiane Corso, o censo vacinal ocorre na região Sul, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo ela, com previsão para chegada em setembro, as doses estão à disposição da comunidade urbana e também para o meio rural. “Queremos manter a população vacinada, com objetivo de que se evite mais casos como vem sendo no país. Estamos antecipando esse censo para que o vírus não entre e também não tenhamos nenhum surto de febre amarela urbana”, declara. A cobertura vacinal está hoje em 67% da população gaúcha.

Com objetivo de localizar a população rural não vacinada, a enfermeira declara que a vacina só precisa ser feita uma vez durante a vida, diferente de outros períodos em que as doses deveriam ser aplicadas a cada 10 anos. “Apenas uma dose já imuniza para a vida toda. Não precisa mais fazer reforço como era feito antigamente. Só tem uma questão importante: quando não se tem comprovação, apesar de saber que se vacinou, é considerado como não vacinado. É preciso vacinar novamente”, completa Daiane.

Febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A febre amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.