Agência bancária foi alvo de uma tentativa de ataque com o uso de explosivos na madrugada da sexta-feira (24)

Uma agência do Sicredi foi alvo de uma tentativa de ataque com uso de explosivos na madrugada desta sexta-feira (24). O fato ocorreu em Saldanha Marinho, município distante cerca de 35 quilômetros de Carazinho, por volta das 3h.

Conforme o capitão do 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Cruz Alta, Vinicius Rodrigues da Silva, ao menos três homens tentaram realizar a ação na cooperativa com o uso de explosivos. Eles entraram pela porta principal da agência e tentaram explodir os terminais eletrônicos, mas acabaram não conseguindo e deixaram o local. Na ação, a porta foi arrombada e teve os vidros quebrados.

Durante a tentativa de ataque, os criminosos foram surpreendidos por um ônibus da empresa Ouro e Prata, que cruzava pela frente da agência, na avenida principal do município. O coletivo foi parado e liberado em seguida. Motorista e passageiros não ficaram feridos.

Por haver resquícios de explosivos na agência, o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) de Porto Alegre foi acionado para fazer o controle da situação e retirar os artefatos do local. Após, uma perícia foi realizada na agência. A área em frente à cooperativa ficou isolada para preservar o local da ocorrência até o final da tarde, quando terminaram os trabalhos de levantamento do crime.

Segundo o delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Cruz Alta, Rafael dos Santos, responsável pelas investigações, ao longo de toda a manhã os policiais realizaram diligências através de imagens de câmeras de monitoramento de estabelecimentos nas imediações que pudessem auxiliar no trabalho de investigação.

No final da tarde da sexta-feira, autoridades confirmaram que seria necessário explodir ao menos um dos artefatos encontrados na agência devido à impossibilidade de retirá-lo do caixa eletrônico sem esse dano.

Investigação
A primeira linha de investigação da polícia é de que os autores do ataque possam ter participado de outros crimes semelhantes registrados na região. Fato similar ocorreu na madrugada do dia 25 de abril na agência bancária do Sicredi na localidade de Vista Alegre, no interior do município de Colorado.

– A primeira linha de investigação é de que sejam os mesmos indivíduos envolvidos nesta prática. As investigações estão começando e a polícia não descarta nenhuma linha de investigação. Não se descarta que eles tenham recebido apoio de comparsas através da fuga – disse o delegado.

Segundo a chefe da Polícia Civil no Rio Grande do Sul, Nadine Anflor, em entrevista ao Diário publicada na edição desta sexta-feira (24), ataques a banco são o crime que mais preocupam a corporação atualmente.

Buscas
As buscas aos criminosos estão concentradas em locais estratégicos da região e contam com apoio de aproximadamente 20 policiais de Cruz Alta, Panambi e Carazinho.

Um Toyota Etios sedan, que teria sido utilizado no ataque, foi localizado abandonado próximo à BR 285, na Linha Santa Rita, na divisa entre Carazinho e Colorado, durante a manhã da sexta-feira (24). O carro estava sem as placas, com pó de extintor espalhado em seu interior e passou por perícia.

Tensão entre os moradores
Nos últimos anos, a polícia não tem registro de um ataque semelhante ocorrido nas agências bancarias do município de Saldanha Marinho e o caso assusta a população, que é estimada em aproximadamente 2,8 mil habitantes, conforme o último senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

– Ficamos muito assustados, mas já esperávamos que isso pudesse acontecer em qualquer momento. Estávamos dormindo no quarto da frente, que fica bem perto dos caixas. O nosso medo era da explosão, mas graças a Deus não conseguiram explodir. Deram muitos tiros e conversavam muito. Eu tenho um bebê de quatro meses que dormia ao lado da minha cama. Ela foi quem mais se assustou – contou com exclusividade ao Diário uma testemunha que mora no mesmo prédio da agência.

O temor não parou por aí. “Logo chegou a polícia e eles pediram para nós sairmos do apartamento, pois não tinham explodido os artefatos e para nossa segurança era melhor sair do local”, acrescentou assustada.

O comércio do município chegou a abrir durante a manhã, mas praticamente não se via movimento de pessoas na rua e tão pouco de clientes nas lojas. “Faz 28 anos que moro no município e nunca vi nada igual. Lá pelas 3h começou aquele barulhão e eu e meu marido ficamos muito assustados. Foi horrível”, disse a funcionária de uma loja de roupas, que mora em frente à agência.

Prefeito espera reforço no policiamento
A Brigada Militar (BM) de Saldanha Marinho trabalha de forma interligada com os municípios de Ibirubá, que já foi alvo de ataques semelhantes, e Selbach. Após o ocorrido, o prefeito Volmar Telles do Amaral afirmou ao Diário que espera receber ao menos mais três policiais que se formarão ao término do mês de julho no curso preparatório de novos soldados.

Diário da Manhã