CARAZINHO – Caminhoneiros negociam melhorias para a categoria

Postado em 23 maio 2019 15:00 por JEAcontece
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Audiências com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) têm sido realizadas no Brasil para debater com os caminhoneiros sobre tabela de frete, preço do diesel, condições nas estradas, entre outros assuntos. O prazo para apresentação de solução é dia 20 de julho

Ontem (21), completou um ano do início da paralisação dos caminhoneiros, que aconteceu de 21 a 31 de maio de 2018 e gerou grande impacto nas cidades brasileiras, afinal, houve desabastecimento de mantimentos e combustíveis nos postos. Após um ano, a discussão sobre melhorias para a categoria segue ativa. Segundo o caminhoneiro autônomo e um dos representantes do movimento do ano passado na região, Jacir Carvalho, apesar da situação ter melhorado de lá para cá, ainda existem pontos a serem discutidos.

Amanhã (23) acontece a última audiência pública para tratar destes assuntos, em Brasília. Segundo Carvalho, o governo federal pediu cinco audiências, em estados diferentes, para debater sobre a tabela do custo mínimo de frente, preço do diesel, condições das estradas, entre outros temas de interessa da categoria. “A situação aparenta não ter melhorado, mas melhorou bastante do ponto de vista do que conquistamos neste um ano pós paralisação”, relatou o caminhoneiro, que salienta que uma das grandes questões segue sendo o tabelamento de frente, motivo principal que inspirou a greve do ano passado. “Fizeram uma tabela de custo do piso mínimo do frete para o governo, baseada no custo do quilômetro rodado hoje com o caminhão. Mas, a gente viu que do jeito que está, está errada”, relatou Carvalho.

Tendo em vista os erros que a categoria encontrou na proposta do tabelamento, Carvalho afirma que a categoria fez uma parceria com a Universidade de Ijuí (Unijuí), na qual fizeram um estudo e elaboraram um valor x que seria ideal para os caminhoneiros continuarem trabalhando. “Fizemos isso para comparar com o estudo feito e entregue ao governo, porque tem gente contra o nosso piso mínimo conquistado na greve. Com essa elaboração de estudo, junto com a Universidade, demos um passo importante”, afirmou o caminhoneiro, que enfatiza também que toda luta é um dia após o outro.

Chance de paralisação?
Carvalho afirma que os caminhoneiros ainda não estão pensando em paralisação por enquanto, afinal, relatam que o governo está trabalhando em cima das reivindicações feitas. “Eles estão demonstrando interesse porque não é bom para o governo outra greve tipo a do ano passado. Eles tentam nos ajudar, mas a ajuda que oferecem hoje ainda não resolve nossos problemas”, informou o caminhoneiro.

Sendo assim, o motorista afirma que percebe a tentativa do governo em fazer alguma coisa. De qualquer forma, Carvalho salienta que foi informado às autoridades que se até o dia 20 de julho os problemas não começarem a ser solucionados a chance de paralisação novamente é grande. “Até esse dia tem que estar concretizado. Senão, a greve é possível mesmo, isso já foi elaborado com todos os grupos que temos em todo o país”, frisou o caminhoneiro, que está confiante que o governo resolva as pendências com a categoria antes da data, tornando desnecessária a paralisação.

Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Carazinho e Região (Sindicar), Moisés Santos, o problema do tabelamento de frente acontece desde 2010, passando pela greve em 2018, a qual ele considera um período de desabastecimento drástico para toda a comunidade e segmento produtivo. “Após a greve começou uma guerra entre a indústria, empresas e autônomos em razão de que a tabela do governo não servia porque era cara e havia contratos anteriores com preços mais baixos”, avaliou Santos, que relata que a partir deste problema é que a ANTT decidiu promover as audiências públicas pelo país.

– Estamos diante deste impasse terrível. Hoje, o caminhoneiro toda vez que aumenta o diesel ameaça com paralisação, mas a gente sente que não é momento para isso. Com a crise que passa o Brasil não há como fazer paralisação, porém, continuar com a tabela como está também não tem como – enfatizou o presidente do Sindicar, que avalia que até o prazo dado pelos caminhoneiros espera que entrem em um acordo para aprovar a tabela e terminar com ameaças de greve, que, segundo ele, seria a pior das situações neste momento.

Diesel
Para Santos, faltou o governo estar presente nas audiências da ANTT, afinal, a Agência não tem poder de negociar preço do diesel, por exemplo. “Nós deixamos por escrito na audiência pública que deve haver um aumento do diesel de 90 em 90 dias para que os caminhoneiros possam se organizar”, comentou o presidente do Sindicar, que relata que o valor do diesel é um dos pontos trazidos pelos caminhoneiros também.

Tendo em vista o poder de influência que os caminhoneiros têm, e que após a paralisação do ano passado entenderam isso, Santos afirma que é a partir do caminhão que a economia é gerada no Brasil. “Não chegando produto no mercado, não se vende, o mercado não contrata, não gera impostos, não gera venda de combustível nos postos, a Petrobras não vende, então, a partir do frete me parece que o segmento começa a rodar”, relatou o presidente do Sindicar, que não acredita na greve neste momento, pois considera que foi deixada uma má lição do que se teve no passado.

Diário da Manhã

Postado em 23 maio 2019 15:00 por JEAcontece
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