Prefeituras de olho na comercialização da soja

Postado em 08 abril 2019 06:18 por JEAcontece
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Volume de negócios da soja entre os meses de março, abril e maio propulsiona o Valor Adicionado dos municípios e a movimentação do comércio das cidades

Com a maior parte das lavouras já colhidas nos municípios da região, e considerando parte expressiva deles têm sua economia baseada na produção de soja, as prefeituras estão de olho agora é na movimentação da comercialização e dos preços da commodity. Ocorre que dentre os critérios de partilha da parte de ICMS que pertence aos municípios, o principal fator que influencia no percentual do rateio do imposto é a média do Valor Adicionado Fiscal (VAF), em cada cidade, mas outros fatores como o número de propriedades rurais e a produtividade primária também influenciam no cálculo.

Para safra que está sendo colhida, de modo geral, a tendência na região indica por uma pequena queda em relação aos volumes produzidos no ano passado. O preço do produto, ao menos por ora, também está menor. “Em Santo Antônio do Planalto, a agricultura é a mola propulsora da nossa economia. Se a safra vai bem, e neste ano o clima colaborou, o agricultor investe, o comércio gira, novas construções e reformas acontecem e é notório que a cidade prospera. Esperamos agora que hajam bons preços para que os agricultores façam seus negócios”, comenta o prefeito de Santo Antônio do Planalto Élio Freitas.

O gestor lembra que as negociações fomentadas pelas transações com soja acabam interferindo no Valor Adicionado Bruto do Município, o que mais tarde implica na participação de cada cidade no rateio de ICMS. “A soja para a maioria dos municípios da região continua sendo o carro chefe da economia, direta e indiretamente pelos negócios que ela faz acontecer”, pontua o prefeito de Almirante Tamandaré do Sul, Valdeci Gomes da Silva, que ressalta que para administração pública é interessante o ato da comercialização dado o percentual da valorização que o movimento terá no ICMS a ser recebido. Em Almirante Tamandaré do Sul, de acordo com o prefeito, serão colhidos cerca de 20 mil hectares de soja.

Comercialização
Em Coqueiros do Sul, segundo o prefeito Valoir Chapuis, cerca de 50% da safra tende a ser comercializada até o mês de maio. Os meses de março e abril, durante e logo após a colheita, representam os dois meses de maior parte do volume. Já em maio cerca de 10% são os lotes negociados por produtores geralmente ainda no ano anterior.

No ano passado, nesses três meses, Chapuis estima que 70% da safra tinha sido comercializada, uma vez que o preço do grão na ocasião era considerado mais atrativo do que está sendo praticado no momento. “A soja é a principal arrecadação do município. Março, abril e maio são os meses em que o nosso comércio tem a maior movimentação. O pessoal vende a produção e vem pagar as contas da lavoura e geralmente compra alguma coisa também. Muitos já alinham a compra de insumos para a próxima safra”, comenta o prefeito.

Chapuis, que também é proprietário de uma pequena cerealista, estima que em mais 10 dias toda a área plantada com soja no município esteja colhida. Em Coqueiros do Sul, cerca de 16 mil hectares foram plantados com a cultura. Na safra 2017 /2018, a média de produção tinha ficado em 64 sacas por hectare, mas neste ano a tendência é de queda da produtividade na ordem de 5%. Uma característica incomum de Coqueiros do Sul se comparado aos municípios da região é que um único grande produtor responde por pouco mais de 20% da produção de soja na área.

Chapuis lembra, ainda, que a soja também é moeda de compra, de modo que os produtores que estão mais capitalizados seguram o grão para fazer investimentos, principalmente na aquisição de terras ou arrendamento.

O secretário de Fazenda de Carazinho, Adroaldo De Carli, comenta que embora não se tenha mensurado o real impacto da comercialização da soja na cidade, estima que entre março, abril e maio, devido à colheita, se tem um movimento que chega a ser 30% maior nas transações de produtos e de serviços na cidade.

O secretário destaca que neste período há um volume expressivo de combustíveis sendo adquirido e de contratação de serviços, como fretes, por exemplo. De Carli ainda lembra que outro fator positivo da safra são as contratações temporárias de servidores no armazenamento dos grãos e nas atividades de campo. Sobre o impacto de ICMS vinculado à atividade primária, o secretário lembra que para Carazinho isso fica mais notório no segundo semestre do ano, quando as operadoras logísticas do setor aceleram suas atividades para o atendimento da próxima safra.

Mais de 200 empregos temporários só na Cotrijal
O superintendente administrativo e financeiro da Cotrijal, Marcelo Schwalbert, revela que só nas unidades da cooperativa passa de 200 o número de safristas contratados temporariamente para atuar nas 56 unidades. A maioria dos contratos é para um período de três meses, porém, é comum que os que se destacam na temporada quando se abrem vagas no quadro orgânico acabam sendo procurados para contratação.

Em relação à tomada de serviços, o superintendente comenta que a cooperativa se organiza fazendo revisões de frota e de estrutura tomando muitos serviços no período de entre safra, para que além de focar na atividade fim durante a temporada também evite de pagar mais caro por serviços dos quais sabe-se que nos meses de colheita acabam tendo uma demanda maior, mesmo assim, vez por outra acaba sendo necessária a contratação de serviços emergenciais como de mecânica, por exemplo.

Embora varie, o percentual de participação no recebimento de grãos em cada um dos municípios em que atua, na região onde a marca está consolidada há mais tempo há municípios em que cooperativa recebe até 80% do que é produzido. Para este ano, embora se perceba uma indicação de produtividade um pouco menor quando comparada à safra passada, em termos de participação de mercado, a cooperativa tem meta de crescer em seu market share.

Preços
Schwalbert comenta observar como tendência de que até o mês de maio pouco mais de 40% da safra 2018/2019 na região esteja comercializada. O superintendente conta que nos últimos anos tem se notado que na área de abrangência da cooperativa parte dos produtores tem negociado até 30% da produção antecipadamente por meio dos chamados lotes ou de trocas por insumos para formação da próxima lavoura.

De acordo com Schwalbert, quem negociou deste modo ainda no ano passado conseguiu preços que variaram entre R$ 78,00 e 82,00. Já em 2019, ao menos por ora, mesmo com possibilidades do tipo já abertas, dado ao preço menor que o mercado tem exposto para a commodity os produtores têm demonstrado pouco interesse, de modo que o volume de negociação futura já vislumbrando a safra 2019/2020 ainda é uma incógnita.

O superintendente pondera que dependendo do período em que o agricultor adquiriu os insumos para esta última safra teve uma variação superior em até 30% nos custos de produção, enquanto observando-se os preços dos lotes ofertados naquele período de 2018 com preço do grão praticado nesta semana o preço de mercado diminui até R$ 10,00 em alguns casos. A cooperativa estima que em mais cinco dias, havendo condições climáticas favoráveis, a colheita na região do Alto Jacuí esteja concluída.

Diário da Manhã

Postado em 08 abril 2019 06:18 por JEAcontece
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