Em relação à oleaginosa, estimativas quanto à produtividade são positivas. Já o milho vem superando as expectativas de produção em Carazinho
Encaminhando-se para a fase final, a colheita das lavouras de milho em Carazinho está quase toda concluída. E o resultado desta safra da cultura é positivo, conforme estimativa do agrônomo do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Renato Serafini.
– A colheita do milho está praticamente encerrada, tanto o milho para grãos, como para a silagem. Os dados de produtividade serão divulgados oficialmente após uma reunião final que será realizada com o IBGE, mas o que se pode adiantar é que houve um incremento de produção – analisa. No município carazinhense, foram plantados 220 hectares de milho para silagem e 2,1 mil hectares de milho grão.
Já em nível regional, conforme dados do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, a colheita das lavouras de milho ainda estão sendo finalizadas. “Temos cerca de 80% do milho já colhido na região”, informa o agrônomo da Emater/RS-Ascar Regional, Ilvandro Barreto de Melo.
Diferente da realidade carazinhense, em nível de região a produtividade do milho é marcada pela variação. “Há lavouras em que a produtividade alcança as 260 sacas por hectare, enquanto outras estão colhendo 100 sacas por hectare. Mas, a média regional está dentro do padrão, que fica entre 150 a 160 sacas por hectare”, detalha Melo.
Preços próximo dos R$ 30,00 a saca
De acordo com os agrônomos da Emater/RS-Ascar, os preços do milho nesta semana oscilaram pouco acima dos R$ 30,00 por saca, valor considerado normal para o produto no período.
– O produtor de milho está se tornando parecido com quem planta trigo, está se especializando na produção, ou seja, investindo em tecnologia, manejo que são determinantes para resultados positivos de produtividade. Isso aliado às condições climáticas, como tivemos nesta safra de milho, faz com que em algumas situações tenhamos hectares de milho que geram mais rentabilidade do que a soja – revela Ilvandro Barreto de Melo.
Soja começa a ser colhida com boas perspectivas
Em relação à soja, as perspectivas iniciais das primeiras lavouras que estão sendo colhidas da cultura são positivas. Conforme Ilvandro Barreto de Melo, cerca de 10% da soja já foi retirada das lavouras na região.
– A produtividade está boa, acima até do esperado pelos produtores, já que tivemos problemas no momento do plantio em alguns locais e até uma pequena estiagem no fim do ano passado, fatores que impactaram a cultura – detalha o agrônomo da Emater/RS-Ascar.
De acordo com Renato Serafni, em Carazinho há mais de 41 mil hectares de soja plantados nesta safra. Porém, o que vem preocupando os produtores é o preço do grão, nesta semana comercializado na faixa dos R$ 70,00 a saca.
– Para que cobrisse todos os altíssimos custos de produção, a soja deveria estar próximo de R$ 80,00 a saca. No entanto, com o avançar da colheita, o valor atual da cultura deve baixar ainda mais, levando em consideração o retrospecto histórico desse período. Por isso, aos produtores que tiverem condições, o ideal é que eles guardem a produção e deixem para comercializar o grão a partir da metade do ano, quando, geralmente, o preço reage – orienta o agrônomo e consultor técnico, Alécio Sella.
O produtor carazinhense Alberto Paludo atesta que a principal preocupação momentânea é justamente o preço da soja. “A produtividade da lavoura está boa, mesmo que ainda esteja bem no início da colheita. Mas, o preço não é muito animador. Os custos de produção são altos. Os muitos produtos que são necessários para a safra tiveram grandes reajustes, o que encarece a produção. O ideal seria aguardar melhores preços, mas quase ninguém tem essas condições, porque é preciso faturar a produção para quitar os compromissos”, afirma o sojicultor, que plantou 400 hectares nesta safra. A partir de agora, os produtores aguardam um período de boas condições climáticas para seguir com a colheita.
Diário da Manhã
