MORMAÇO – Calor e conhecimento marcam Dia de Campo

Postado em 04 fevereiro 2019 17:01 por JEAcontece
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Nem o forte calor de 34°C registrado em Mormaço na tarde desta quarta-feira (30/01) impediu que cerca de 100 agricultores e extensionistas da Emater/RS-Ascar de 24 municípios dos Coredes do Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo participassem do Segundo Dia de Campo sobre Soja. A atividade, realizada na propriedade do agricultor Rogério Koenig, foi promovida pela Emater/RS-Ascar com apoio da Embrapa, Coagrisol, Massey Ferguson e Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SeapDR). A gerente regional da Emater/RS-Ascar, Lucia Souza, acompanhou a atividade e recepcionou o público presente. “Que a gente consiga, apesar do calor, aprender coisas novas e que vocês, agricultores, contem sempre com a Emater para auxiliar no trabalho das propriedades rurais”, frisou.

Durante a atividade, o público percorreu quatro estações. Na primeira, o engenheiro agrônomo e assistente técnico regional de Produção Vegetal, Josemar Parise, e o técnico em Agropecuária, Dalvo Roberto Arcari, ambos da Emater/RS-Ascar, falaram sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e apresentaram os dados obtidos na propriedade sede do evento, na qual está implantada uma Unidade de Referência Técnica (URT) em MIP e solos. Arcari destacou que o trabalho iniciou na propriedade em 2014 e entre os problemas observados juntamente com o agricultor constavam o uso excessivo de produtos, resistência das pragas e aumento no custo de produção. O trabalho consistiu no monitoramento semanal da lavoura, desde a emergência da soja até a colheita, com a utilização do pano de batida para obter a amostragem populacional dos insetos e identificar as espécies, para só então avaliar a necessidade de aplicação de produtos químicos. “A correta amostragem e identificação das espécies são fatores fundamentais no monitoramento de insetos pragas e na decisão do tipo de produto que garantem o controle com eficácia da praga, bem como preserva os agentes de controle natural”, comenta.

Segundo o extenionista, os resultados do acompanhamento das cinco safras apontam para uma redução significativa na utilização de produtos. “Enquanto outros produtores realizaram até seis aplicações de inseticidas, aqui não foi necessária nenhuma aplicação para controlar da lagarta e uma única aplicação para controle do percevejo”, avalia Arcari.

Já Parise explicou que com a realização do MIP é possível tomar decisões mais precisas sobre o momento de intervir na lavoura, sem prejuízos da produção, utilizando produtos e doses adequadas de forma a controlar as pragas sem prejudicar os insetos benéficos e com redução do impacto ambiental. “Cerca de “80% do controle das pragas nas lavouras quem faz são os inimigos naturais”, completa.

Na estação seguinte, os pesquisadores da Embrapa Trigo, José Eloir Denardin e Antônio Faganelo, falaram sobre “semeadura de milho e soja com uso de haste sulcadora profunda em solo compactado”. Segundo Denardin, a compactação e adensamento do solo é um dos principais problemas da agricultura em termos de produtividade, pois causa danos tanto em períodos de excesso de chuva, por não permitir a infiltração da água no solo, quanto em períodos de estiagem. “Essa questão de compactação e adensamento ocorre praticamente em todas as lavouras em que há plantio direto no Brasil. E aqui estamos mostrando que no sistema de plantio direto é obrigatório ter a diversificação de culturas com gramíneas de verão. Tem que ter um modelo de produção com uma sequência de espécies que nela estejam presentes os cereais de verão, seja para produção de grãos ou para adubação verde”, explica.

Denardin destacou a diferença entre Plantio Direto e Sistema de Plantio Direto. No primeiro é realizado o cultivo de plantas pensando na palha, como soja, nabo, ervilhaca e cereais de inverno. “Essas plantas não possuem raiz para manter o solo fofo, poroso, para que haja infiltração de água para reduzir a erosão e o déficit hídrico”, explica. Já no Sistema de Plantio Direto obrigatoriamente tem que haver o plantio de cereais de verão, como milho, milheto e braquiárias, pois são eles que produzem raiz capaz de manter o solo com estrutura adequada para o desenvolvimento das plantas.

Os pesquisadores também mostraram o uso de uma haste sulcadora. “Somente o plantio de plantas com raízes espessas não basta. Precisa de uma haste especial para remover o solo que não é feita pela indústria de máquinas agrícolas. Como é possível ver nessa propriedade em que o agricultor usou a haste, ela possibilita um ótimo desenvolvimento da raiz em espessura e comprimento”, orienta Denardin. Segundo o pesquisador, a haste precisa ser desenvolvido por ferreiros e o modelo está disponível aos agricultores nos escritórios da Emater/RS-Ascar.

Parise destaca que o Dia de Campo foi estruturado com estações em MIP e solos para demonstrar os trabalhos desenvolvidos na propriedade rural. “Na URT de solos os técnicos e agricultores tiveram a oportunidade de conhecer práticas agrícolas preconizadas pela agricultura conservacionista, como o milho em rotação de culturas, semeadura em nível, terraços de base larga, semeadura de milho com haste profunda em solo compactado, aporte de massa seca em quantidade e qualidade pela cultura do milho. Essas são informações importantes para serem replicadas, pois um solo conservado e estruturado permite a cultura resistir mais em períodos curtos de estiagem”, avalia Parise.

Na terceira estação, a convite da Coagrisol, os representantes da Dimicron Sandro Artur Schimidt e Jucimar Mattos falaram sobre “tecnologias da aplicação”. Foi destacado o uso de produtos que auxiliam na pulverização e na diminuição da perda por deriva ou evaporação e auxiliam no espalhamento do ingrediente ativo na planta e na penetração dos produtos no terço inferior, aumentando o controle de doenças de final de ciclo, principalmente a ferrugem.

Na última estação, os fiscais estaduais agropecuários da SeapDR, Jean Biondo e Juliana Renk, falaram sobre como o produtor deve proceder desde a compra até o descarte de embalagens vazias e produtos vencidos, tríplice lavagem e armazenamento na propriedade rural, destacando como deve ser a construção do espaço e organização dos vasilhames. “O agricultor precisa estar atento ao uso dos equipamentos de proteção individual, desde o preparo da calda, na aplicação e na limpeza das embalagens. Também é fundamental que ele observe as condições climáticas para a aplicação, como temperatura entre 15 e 30 graus e umidade relativa superior a 60%”, orienta o Biondo. Juliana explicou sobre o local de armazenamento dos agrotóxicos. “A armazenagem deve ser feita em local isolado, construída com material não inflamável, de uso exclusivo para esses produtos, com espaço para ventilação, chão impermeável em caso de vazamento e distante, pelo menos, 30 metros da moradia”. Já os produtos vencidos em embalagens lacradas devem ser devolvidos para a empresa fabricante e as embalagens encaminhadas para Cimbalagem em Passo Fundo.

Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar – Regional de Soledade

 

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