Agricultura do RS soma perdas de R$ 651 milhões com os estragos da chuva

Postado em 23 janeiro 2019 16:02 por JEAcontece
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O aguaceiro que atingiu o Rio Grande do Sul nas últimas semanas causou mortes, estragos em estruturas, tirou pessoas de casa e deve causar prejuízo na agricultura. A estimativa de perdas causadas por alagamentos em plantações é de pelo menos R$ 651 milhões, conforme levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).

Esse montante é o resultado da previsão de danos em 50,3 mil hectares de arroz (R$ 341 milhões) e em 240 mil hectares de soja (R$ 310 milhões). O prejuízo no Estado tende a aumentar somando esse montante a danos casados em infraestrutura urbana, por exemplo. A Defesa Civil segue levantando esses dados junto aos municípios.

A Fronteira Oeste, que abriga boa parte dos municípios produtores de arroz do Estado, é a região mais afetada por perdas nessa cultura. O relatório aponta que 32.443 hectares foram alagados nessa área.

Os dados foram levantados até o dia 19 de janeiro. O secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho, destacou que essa estimativa pode sofrer alterações com o recuo da água nas plantações.

— Vou dar um exemplo. A água levantou. Se ela não estiver corrente, quando ela baixar, se a planta do arroz estiver de pé ainda, ele pode ser colhido. Então, pode aumentar ou diminuir essa estimativa.

A falta de luminosidade em lavouras que não aparentam perdas atualmente em razão do alagamento também podem influenciar no aumento da perda, segundo o relatório da Emater. No caso da soja, o solo encharcado em razão do grande volume de chuva em pequeno espaço de tempo também pode engrossar o prejuízo.
O secretário informou que pediu para a Emater um maior detalhamento desses dados para ver o impacto do volume excessivo de chuva em outras culturas, como a fruticultura. Covatti Filho afirmou que, nesse primeiro momento, a Secretaria da Agricultura presta auxílio aos municípios, como o envio de maquinário pesado para ajudar nos trabalhos de desobstrução, mas que a ajuda maior tem de vir de Brasília. No entendimento dele, a visita da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao Estado nessa semana pode auxiliar no pleito por ajuda da União.

— Você olhando com seus olhos acaba tendo mais uma defesa. Ela vai ver in loco o desespero. Nós estamos amarrando com os produtores para demonstrar e falar dessa perda em números reais. Por isso, estou pedindo esse estudo mais criterioso para a Emater. A ministra já está consciente, porque os prefeitos foram lá pedir auxílio.

913 pessoas seguem fora de casa
Mesmo com a estiagem dos últimos dois dias, pelo menos 913 pessoas seguiam fora de casa até as 17h desta terça-feira (22) — 402 desabrigadas (transferidos para abrigos públicos) e 511 desalojados (estão em casa de amigos ou parentes). No Estado, 27 municípios foram afetados pela chuvarada.

Dezoito municípios decretaram situação de emergência no Estado. Desses, sete tiveram o pedido homologado pelo Piratini — Alegrete, São Gabriel, Uruguaiana, Quaraí, Rosário do Sul, na Fronteira Oeste, São Francisco de Assis, na Serra, e Dom Pedrito, na Campanha.

Essa é uma primeira etapa vencida na busca por recursos, garantindo repasse de auxílio por parte do governo do Estado. As prefeituras precisam levantar documentos e laudos para garantir reconhecimento por parte do governo federal. O aval da União garante apoio mais robusto, como compras com dispensa de licitação, acesso dos moradores aos valores do FGTS e recursos para obras.

O coordenador da Defesa Civil no Estado, coronel Julio Cesar Rocha Lopes, disse que a Defesa Civil continua trabalhando nas regiões afetadas. O coronel destacou que o órgão concentra seus esforços em uma segunda etapa, onde a Defesa Civil atua como um intermediador junto à União na obtenção de recursos.

Postado em 23 janeiro 2019 16:02 por JEAcontece
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