O embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, ocupa desde 2008 o cargo de representante permanente do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). O mexicano Herminio Blanco, de 62 anos, é economista e ex-ministro do Comércio e Indústria. Independentemente do eleito, será a primeira vez que o órgão será comandado por um latino-americano.
O brasileiro é apontado como um dos mais preparados especialistas em política comercial do governo. O comando da OMC é exercido pelo diretor-geral, presidente do órgão revisor e presidente do mecanismo de controvérsias.
Diplomata de carreira, Azevêdo é o representante permanente do Brasil na OMC, na Organização Mundial da Propriedade Intelectual(Ompi), no Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) e na União Internacional de Telecomunicações (UIT). Ele construiu sua carreira na área de economia e comércio internacional, em especial de resolução de litígios.
Nos bastidores, há informações de que os continentes estão divididos, pois parte da Europa vota em favor de Azevêdo, assim como nas Américas. Porém, há também nas duas regiões simpatizantes de Blanco, pois os Estados Unidos e o Canadá dão indicações de apoio ao mexicano.
Brasileiro e mexicano têm apenas mais dois dias de campanha para a OMC
Os candidatos à direção-geral da Organização Mundial do Comércio(OMC) – o embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo e o mexicano Herminio Blanco – têm apenas mais dois dias para conquistar votos. Para eles, não houve fim de semana nem feriado durante a campanha. A previsão, segundo a OMC, é que amanhã 07/05/13) seja concluída a fase de consultas. A divulgação dos resultados, confirmando o eleito, deve ocorrer no dia 8. O novo diretor-geral da OMC tomará posse em 31 de agosto, substituindo o francês Pascal Lamy.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Tovar da Silva Nunes, disse à Agência Brasil que o momento na OMC é de busca por um diretor-geral com perfil bem específico. Para ele, Azevêdo reúne as características ideais para assumir o cargo.
“Na OMC, as negociações não são guiadas apenas pelas orientações políticas, pois há um espaço bem definido para a acomodação e os testes”, disse ele. “O diretor-geral [da OMC] é, sobretudo, um mediador, árbitro e alguém capaz de ouvir a todos. É preciso uma alma salomônica”, ressaltou.
Na eleição da OMC, cada um dos 159 países que integram o órgão vota no nome de sua preferência. A escolha é feita em três etapas. Inicialmente, havia nove nomes e todos os candidatos concorreram. Para a segunda etapa, encerrada no dia 25 de abril, ficaram cinco candidatos. Nesta última fase são apenas dois na disputa.
Nos últimos dias, os jornais El País (Espanha), The Guardian (Reino Unido) e Al Jazeera (em língua árabe) publicaram reportagens destacando a atuação de Azevêdo. No El País, foi publicada uma entrevista longa com pergunta e resposta, enquanto nos demais foram feitos artigos mostrando os distintos perfis entre o brasileiro e o mexicano.
Na semana passada, Azevêdo e Blanco foram submetidos a sabatinas com representantes da União Europeia (UE), em Genebra (Suíça). O primeiro a ser questionado foi Blanco, depois Azevêdo. Cada um teve dez minutos para a apresentação e mais 50 para responder às perguntas.
Nos últimos dias, Azevêdo intensificou a campanha em busca de apoio nesta etapa final. Segundo assessores, o embaixador começa o dia antes das 8 horas e acaba depois das 23 horas. São reuniões, telefonemas e conversas que ocupam as manhãs, tardes e noites. A decisão final da disputa era esperada para o dia 29 de maio.
Agência Brasil
