Indefinição sobre uso do glifosato nas lavouras tira o sono dos agricultores

Postado em 24 agosto 2018 06:43 por JEAcontece
15.292.411/0001-75

Uma decisão da 7ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal proíbe o uso dos agrotóxicos abamectina, glifosato e tiram no Brasil. Segundo a juíza que proferiu a ordem, “está mais que suficientemente demonstrada a toxidade dos produtos para a saúde humana”, não restando dúvidas à necessidade da proibição. A conclusão judicial vem embasada por inúmeros estudos que apontam a alta nocividade destes químicos.

O glifosato é o agrotóxico mais utilizado no Brasil e no mundo, em especial por produtores de soja, e serve para matar plantas indesejadas nas lavouras, como ervas daninhas. A Monsanto (Bayer) é a maior produtora de glifosato do mundo, além de também produzir sementes transgênicas (como soja) resistentes à substância.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) já se posicionaram sobre os malefícios da substância.

Contrário a essa decisão, engenheiro agrônomo e pesquisador Elmar Floss, cita que não nada que comprove que o glifosato faça mal a saúde das pessoas. “Já passou por testes rigorosos no Brasil e em outros países. É absolutamente falso dizer que causa câncer. Essa relação não existe”, afirma.

Floss diz que essa discussão faz parte de um movimento ideológico que vem desde a época da chegada dos transgênicos no Brasil, em 1996, onde a esquerda brasileira e ONGs internacionais lutaram contra os transgênicos.

Lembrou que aqui no Rio Grande do Sul o governo gaúcho patrocinou uma campanha “Soja transgênica, semente da morte”. “Felizmente a discussão dos transgênicos foi vencida e o Brasil não ficou no obscurantismo científico. E ai o tiro é proibir o glifosato na boca do início de uma nova safra de milho e em seguida da soja. Duas culturas onde predominantemente ha a necessidade do uso do glifosato”, explicou.

O pesquisador citou, ainda, que nesse momento não existe uma alternativa ou um substituto.

Os agricultores estão preocupados com essa indefinição. Na segunda quinzena de setembro inicia o plantio da lavoura de soja, se estendendo até novembro e o período atual é de preparação do solo. É neste momento em que se iniciam as aplicações para controle de pragas, sendo que os agricultores já compraram antecipadamente o produto. “Essa indefinição sobre o glifosato nesta safra tira o sono de quem está prestes a começar o plantio”, destacou o agricultor Emeri Tonial.

Caso nos EUA
Na semana passada, depois que a Justiça brasileira ameaçou tirar do mercado o glifosato, um fato novo nos Estados Unidos esquentou o assunto: um jardineiro da Califórnia, Dewayne Lee Johnson, ganhou uma ação na Justiça contra a Monsanto alegando que contraiu câncer por causa do uso de glifosato. O valor da ação foi de mais de R$ 1 milhão. A Monsanto está recorrendo da decisão alegando não foi o glifosato que causou a doença.

Rádio Uirapuru

Postado em 24 agosto 2018 06:43 por JEAcontece
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